Sindicatos vão cobrar a conta

Os sindicatos ameaçam radicalizar na briga por aumentos reais nas negociações salariais do segundo semestre. Este período concentra as campanhas de mais de 15 milhões de trabalhadores das categorias mais organizadas do País como metalúrgicos, bancários, petroleiros e químicos. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes (filiado à Força Sindical), Eleno José Bezerra, vai dar 30 dias, a contar da entrega da pauta de reivindicações, para que os sindicatos patronais apresentem uma proposta concreta de aumento acima da inflação. “Não vamos esperar nem mais um dia sequer. Se não fizerem uma proposta aceitável, vamos começar as greves”, diz o sindicalista. Os bancários, ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), já avisaram que podem cruzar os braços a partir do dia 21, caso as negociações não avancem até lá.
Os metalúrgicos da Força Sindical, que têm data-base em novembro, reivindicam 15% de reajuste salarial, entre reposição de perdas com a inflação e um aumento real de 8%. Só na capital e em Mogi são 250 mil trabalhadores, mas a campanha envolve todos os 700 mil metalúrgicos da base da central no Estado. A entrega da pauta está prevista para 21 de setembro. “Queremos chegar a um bom acordo antes da data-base da categoria”, diz Bezerra. Ele promete comandar greves nas empresas que se recusarem a negociar aumentos reais, paralisando as fábricas justamente no momento de pico da produção para o Natal.
Depois de dez anos de ambiente desfavorável, de produção em baixa e desemprego, as negociações acontecem agora num cenário econômico amplamente favorável à concessão de aumentos reais, com crescimento da produção, do faturamento e das contratações nas empresas. “Queremos que o bolo seja repartido com justiça”, observa Aparecido Donizete Silva, coordenador da Confederação Nacional dos Químicos da CUT. A entidade representa 400 mil trabalhadores no País, que reivindicam aumento real de 5%.
No dia 20, data programada para a entrega da pauta de reivindicações dos químicos da CUT em São Paulo, os sindicalistas pretendem paralisar por quatro horas seis empresas – uma da capital e as demais do ABC, Campinas, Osasco, Guaratinguetá e Vinhedo. “A idéia é dar uma demonstração da mobilização da categoria”, afirma Silva. São quase 150 mil trabalhadores, entre químicos, petroleiros, papeleiros e vidreiros, em campanha no Estado.
Jornada
Além do aumento real de salários, os sindicalistas querem também redução de 10% da jornada semanal de trabalho e corte das horas extras, o que abriria espaço para novas contratações. Nos 32 sindicatos do setor químico ligados à Força Sindical no Estado, a disposição é a mesma. “O crescimento econômico abre espaço para aumentos acima da inflação”, diz Danilo Pereira da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria Química e Farmacêutica no Estado. A campanha envolve 75 mil trabalhadores. Com data-base em novembro eles querem reajuste de 15%. As negociações devem começar na primeira semana de outubro.

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