REIVINDICAÇÃO DE MEDIDAS

Sindicatos se mobilizam contra a alta nas importações de carros

Cerca de 15 mil metalúrgicos, segundo a Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo, participam neste momento de um protesto na região de Diadema, na Grande São Paulo, em defesa do emprego e da indústria nacional. Eles ocupam as cinco faixas da pista local da Via Anchieta, que liga a capital a Baixada Santista.

A manifestação foi organizada pelos sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo e do ABC Paulista. Além de cobrar do governo medidas para a proteção da indústria nacional, eles reivindicam investimentos em tecnologia e inovação, a redução da taxa básica de juros e políticas de qualificação profissional.

Os sindicatos devem ser multados por ocupar a via. Uma decisão da 3.ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo proíbe as duas entidades de utilizar na manifestação faixas da Anchieta, sob pena de receberem multa diária de R$ 1 milhão. O presidente dos Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que está ciente da decisão da Justiça, mas reafirmou que o protesto será mantido.

O aumento nas importações de veículos vem assustando o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na Grande São Paulo. Eles querem pressionar o governo federal a analisar documento, aprovado em maio pelas centrais sindicais e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que propõe medidas para proteger a indústria nacional e os empregos contra o avanço das importações.

A concessionária Ecovias, que administra o complexo Anchieta-Imigrantes, informou que está acompanhando a mobilização e solicitou apoio da Polícia Rodoviária Estadual, além de sinalizar a região onde ocorre o protesto.

Em nota, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, alertou que “ninguém pode se deixar levar pela sensação de bem-estar e otimismo trazida pelo bom momento econômico que o País atravessa. Ao contrário, devemos ocupar as ruas e chamar a atenção para as armadilhas que enfrentamos. A principal delas é a importação de um milhão de veículos este ano. As 700 mil unidades trazidas em 2010 impediram a abertura de 103 mil postos de trabalho. Como os novos números são 38% maiores, a quantidade de vagas que deixará de ser criada também será maior”, afirmou.

O sindicato afirma também que “as importações já começaram a causar demissões em autopeças da base porque carros importados trazem boa parte destes componentes do exterior. “É preciso pensar qual modelo de indústria o País deseja. Para isso realizamos um seminário e apresentamos ao governo federal um projeto para recriar uma Câmara Setorial com trabalhadores, governo e empresários para discutir a situação”, completou Nobre.

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