Em campanha por reajuste salarial, os aeronautas e aeroviários convocaram uma paralisação das atividades nos principais aeroportos do País nesta quarta-feira, 3. A mobilização paralisará os voos entre 6h e 8h da manhã nos terminais. De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a mobilização deverá afetar até 300 voos em todo o País, o equivalente a 10% de toda a frota. O movimento também não descarta novas paralisações durante o carnaval, em períodos maiores, para pressionar as companhias.

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A paralisação atingirá 12 aeroportos em todo o País, entre eles Guarulhos e Congonhas, em São Paulo, Galeão e Santos Dumont, no Rio, além de aeroportos em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Recife, Salvador e Fortaleza. A estratégia da mobilização, que envolve tanto pilotos e tripulantes quanto profissionais das companhias em terra, é provocar o atraso nos voos no período da paralisação, o que pode afetar toda a malha aérea do País ao longo do dia.

“Somos uma categoria que presta serviço essencial à sociedade. Estamos cientes dos impactos. A contingência deve ser apresentada por parte da empresa, no sentido de realocar os voos e reagendar os horários. Acreditamos que no mesmo dia a malha área já volte ao normal. No máximo, no final do dia todos os voos estarão em seu horário normal”, avaliou o presidente do SNA, Adriano Castanho. “Temos uma preocupação muito grande com o impacto para o passageiro. Mas caso a intransigência permaneça, isso pode ser intensificado. Podemos aumentar o numero de dias e o tempo de movimento, as assembleias é que vão decidir”, completou.

A categoria reivindica reposição da inflação, de 11%, além do pagamento retroativo a partir de dezembro, quando venceu a data-base de negociação entre trabalhadores e empresários. Segundo o SNA, os itens são “condições mínimas” para suspensão do movimento e não estão em negociação. De acordo com Castanho, a categoria tentou antecipar as negociações e reduziu a lista de demandas para os empresários, mas ainda assim não houve acordo. As empresas teriam alegado problemas financeiros diante da crise econômica no País e a alta do dólar no último ano. A proposta oferecida previa reajuste zero em 2015, ou parcelamento do índice de inflação em 11 meses.

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“Nos últimos dez anos, tivemos crescimento exponencial da aviação, mas todos os anos as empresas têm o mesmo discurso de crise na aviação e que não é possível reajuste acima da inflação. No último ano, houve redução de 15% no preço médio do combustível de aviação (QAV), segundo a ANP. Calculamos uma economia de R$ 2,3 bilhões, quase equiparando as perdas com a alta do dólar. Sabemos que o País passa um momento desafiador, mas não é o cenário desolador que as companhias têm dito”, afirmou Castanho.