Salvador
– Um dos principais sindicatos baianos que congrega os trabalhadores do setor de água e esgoto (Sindae) apóia a proposta do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, de “implodir” o atual sistema sindical brasileiro com a extinção do imposto sindical. Fundado em 1986, o Sindae obteve liminar na Justiça em 1992 para impedir a cobrança a seu favor do imposto e devolveu o montante recolhido aos trabalhadores, sendo o primeiro sindicato do Estado a tomar essa medida e o segundo do Brasil. O primeiro foi o Sindicato dos Eletricitários de Campinas, no Estado de São Paulo.Desde 1992, o Sindae sobrevive da contribuição expontânea dos associados, cobrando mensalmente 1,5% do salário-base de cada um. O modelo agradou aos trabalhadores do setor, pois o sindicato baiano tem um dos maiores índices de associados nas empresas que representa, cerca de 95%, enquanto a média no Brasil é de 25%.
Segundo Abelardo de Oliveira Filho, diretor do Sindae, os 18 funcionários do sindicato “trabalham duro” para defender os interesses dos seus associados e recebem desses a contrapartida. Ele apóia a extinção do imposto sindical, classificando-o de “anti-democrático” e critica o modelo de “sindicato cartorial”, que, segundo ele, utiliza o imposto para sustentar uma “representação de fachada”, sem dar retorno aos trabalhadores.
O Sindae congrega cinco mil associados que trabalham na Empresa Baiana de Águas e Saneamento, Companhia de Engenharia Rural, Empresa de Proteção Ambiental e os Serviços Autônomos de Água e Esgoto.