Os sinais recentes de recuperação da indústria devem se refletir positivamente no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria encerrou 2017 com expansão de 2,5% na produção. “Claro que todos esses sinais recentes da indústria têm reflexo positivo no PIB”, declarou Macedo.
O pesquisador pondera, porém, que as perdas acumuladas nos três anos de retração da produção (-16,7%) ainda não foram recuperadas. Para retornar ao pico, é necessária uma melhora mais contundente do mercado de trabalho, com geração de vagas formais e redução no contingente de desempregados, avalia ele. “Apesar da melhora na conjuntura econômica, ainda há espaço a ser percorrido pelo mercado de trabalho”, disse.
Em 2017, o avanço da confiança empresarial ajudou a impulsionar a fabricação de bens de capital, enquanto o aumento na ocupação, a inflação mais baixa e a queda na taxa de juros impulsionaram a produção de bens de consumo duráveis.
“A maior confiança dos empresários já está afetando decisões de realizar investimentos. Ainda está aquém em relação a níveis de confiança do passado, mas já há melhora significativa. Houve algum tipo de melhora do mercado de trabalho, mesmo que ainda se dê via trabalhos informais e ainda tenha desemprego elevado. O aumento na massa de rendimento, a inflação mais comportada, a redução na taxa de juros afetando crédito, melhora na inadimplência e no comprometimento de renda das famílias… Tudo isso dá algum tipo de melhora para bens duráveis”, enumerou Macedo.
O aumento nas exportações, no entanto, também teve impacto relevante sobre o bom desempenho de diversos segmentos industriais, como veículos, metalurgia, papel e celulose, extração de minério de ferro e setor de alimentos. “(Exportação) É um fator importante para entendermos o crescimento da indústria do ano de 2017”, frisou Macedo.