O mercado financeiro estava dividido em relação à decisão de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC). Embora a maioria dos analistas ouvidos pela Agência Estado (47 de 60) projetasse uma alta de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros, a Selic, o mercado de juros futuros apontava uma probabilidade de 60% de uma elevação de 0,75 ponto – que acabou se confirmando. Essa cisão deveu-se, entre outros fatores aos leves sinais de desaceleração da inflação, conforme revelaram alguns indicadores divulgados nos últimos dias.
Já o economista Fábio Silveira, diretor da RC Consultores, considera a leitura do Copom do atual quadro inflacionário “equivocada, precipitada e exagerada”. Ele disse que o BC vai impor um ônus desnecessário ao crescimento econômico do País em 2009. Para o economista, elevar a taxa de juros para conter alta de preços de matérias-primas (commodities), que é uma tendência mundial, não tem o menor sentido. “Trata-se de uma inflação importada.”