Dar o primeiro passo para unir tecnologia e oferta de produto. Este foi o objetivo do 1.º Simpósio de Energia de Biomassa Brasil-Alemanha, que aconteceu ontem em Curitiba, promovido pelo Senai Paraná e pelo Ministério da Economia (equivalente ao status de secretaria no Brasil) da região de Baden-Württemberg, na Alemanha.
No simpósio, foram divulgadas as possíveis soluções para aliar a tecnologia alemã e o potencial brasileiro na utilização de biomassa como geradora de energia.
De acordo com Ulrich Ernst Bohmerle, representante do Ministério da Economia de Baden-Württemberg, o simpósio foi importante para começar o debate entre especialistas do Brasil e da Alemanha sobre o assunto. Os dois países podem fazer parcerias benéficas, pois a Alemanha possui a tecnologia, mas não possui a matéria-prima. O contrário acontece no Brasil.
Para Ricardo Rose, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Brasil Alemanha, o País ocupa um posicionamento estratégico por causa da geografia, do clima e da variedade de espécies vegetais. ?O Brasil tem um potencial muito grande e precisa de novas tecnologias, que sejam adaptadas e utilizadas aqui. Hoje, a única fonte forte é a usina de álcool e açúcar. O resto é muito pouco aproveitado. O Brasil deve se preparar porque pode se tornar uma das maiores potências de biomassa no mundo?, avalia.
O consultor da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) na área de energia, Frederico Reichmann Neto, explica que o Brasil está fazendo um apelo forte pelo uso de energia alternativa em substituição parcial das fontes energéticas de hidrocarbonetos. E o Paraná já tem uma forte inclusão deste princípio, também com a biomassa.
Reichmann Neto comenta que um dos processos que poderiam ser aplicados no Paraná é a obtenção de álcool a partir de hidrólise da celulose, hoje considerada um resíduo sem qualquer tipo de aproveitamento. Esta biomassa seria incorporada em uma tecnologia que pode aumentar bastante a produção de álcool no País.
