Frankfurt, 18 – O conglomerado industrial alemão Siemens suspendeu seus planos de montar uma joint venture com a Rosatom da Rússia, como resultado do acelerado afastamento da Alemanha da energia nuclear, disse o executivo-chefe da Siemens, Peter Loescher, em entrevista publicada neste domingo na revista alemã Der Spiegel.
Loescher disse a Siemens pretende trabalhar com a Rosatom em “outras áreas”. Um porta-voz da Siemens disse que as negociações com a Rosatom prosseguem, mas não entrou em detalhes. Segundo ele, a Siemens continuará envolvida na construção de usinas nucleares mas como fornecedora de componentes não nucleares como turbinas.
Os comentários de Loescher foram uma surpresa total, uma vez que em maio o vice executivo-chefe da Rosatom, Nikolay Spassky, disse que a empresa russa planejava construir usinas nucleares em parceria com a Siemens. Há dois anos, a Siemens declarou que queria formar uma joint venture com a Rosatom para construir cerca de 400 novas usinas nucleares ao redor do mundo até 2030, o que representaria um investimento total de 1 trilhão de euros. Mas esse plano encontrou obstáculos, uma vez que para fazer a parceria com a Rosatom a Siemens teria que deixar uma joint venture com a francesa Areva, que levou a questão aos tribunais. As informações são da Dow Jones. (André Lachini)