Siderúrgicas chinesas se reuniram na última terça-feira (16) para discutir como substituir o minério de ferro que compram da Vale, depois de a mineradora brasileira ter proposto um aumento de preços para equipará-los ao valor cobrado pela empresa aos clientes europeus. “Estamos boicotando a transgressão da Vale de pedir outro aumento de preços depois do fechamento das negociações anuais”, disse Luo Bingsheng, vice-presidente da Associação do Aço e do Minério de Ferro da China.
Segundo o jornal China Metallurgical News, que é patrocinado pela entidade, a reunião estudou um plano para substituir o minério brasileiro pelo chinês e resolver o problema do fornecimento de longo prazo do minério fino usado na sinterização e do minério em pelotas para algumas empresas.
O jornal diz que a Vale parou de embarcar minério de ferro para a China, o que resultou em grandes estoques do produto nos portos brasileiros e em consideráveis perdas econômicas para as siderúrgicas chinesas. Bingsheng disse que a China tem cerca de 80 milhões de toneladas de minério estocadas nos portos, e que os estoques nas usinas são suficientes para dois meses.
Fugindo da prática tradicional, a Vale enviou e-mails para os clientes chineses em agosto solicitando um reajuste adicional a partir de setembro, a fim de equiparar os preços do minério vendido na Ásia aos que são pagos pelos clientes europeus. A Vale diz que os preços para os clientes asiáticos são de 11% a 11,5% menores que na Europa, dependendo do tipo de minério. As informações são da Dow Jones.