As siderúrgicas chinesas estão diminuindo suas encomendas de minério de ferro da Austrália, incluindo as que são feitas à Rio Tinto, e aumentando as encomendas ao Brasil, informou o jornal China Daily, citando o vice-diretor geral do Rizhao Port Group, Zang Dongsheng. Segundo ele, as importações da matéria-prima (commodity) pelo porto de Rizhao, um dos mais importantes do país, deverão cair em até 50% nos próximos meses, como resultado da prisão de quatro executivos da Rio Tinto por suspeita de espionagem no início deste mês.
Segundo o jornal, essa forte queda seria a primeira evidência concreta de que o impasse entre as siderúrgicas chinesas e as mineradoras globais nas negociações de um preço contratual de referência para o minério estaria afetando as encomendas. Zang acrescentou que as siderúrgicas do país têm recorrido cada vez mais às compras no mercado à vista, onde os preços se aproximam de US$ 100 a tonelada.
Hoje o vice-presidente da Associação de Ferro e Aço da China (Cisa, na sigla em inglês), Luo Bingsheng, defendeu que as importações de minério pelo país devem ter um preço unificado. Ele também afirmou que era incorreta a reportagem publicada pelo jornal Beijing Morning Post esta semana, informando que ele havia pedido ao ministério da Indústria e da Tecnologia de Informação que acabasse com as compras no mercado à vista. “Tudo o que disse é que deve haver um preço, não dois”, afirmou, sem dar mais detalhes.
As importações de minério de ferro pela China aumentaram 47% em junho na comparação com igual mês do ano passado e 3,5% ante maio, para 55,32 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados pela Administração Geral de Alfândegas na semana passada. As informações são da Dow Jones.