O presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente da Tanzânia, Benjamin Mkapa, e outras personalidades que participavam de um debate sobre pobreza pararam de falar e ficaram atônitos, como meros espectadores diante da cena. A atriz Sharon Stone, que se consagrou no papel de mulher fatal no filme "Instinto Selvagem", levantou-se em meio à platéia do centro de convenções e anunciou que estava doando US$ 10 mil para comprar mosquiteiros e conter o avanço da malária na África. E convocou todos a fazerem o mesmo:
"Alguém me acompanha e levanta para oferecer algum dinheiro? Vamos, levantem!", conclamava, fazendo sinal com as mãos para os ricos empresários da platéia contribuirem.
Em cinco minutos, Stone conseguiu o que as agências da ONU levam meses para obter: US$ 1 milhão. Um homem próximo à atriz levantou e prometeu US$ 50 mil. Outras pessoas foram levantando e oferecendo recursos, enquanto voluntários circulavam na platéia coletando os nomes. Lula ria, aparentemente satisfeito com o resultado do leilão.
Pouco antes, o presidente da Tanzânia dissera que enquanto continua a honrar os pagamentos com credores, não tinha dinheiro para comprar mosquiteiros em seu país. E fazia um apelo emocionado para que as pessoas ajudassem o país.
"Fiquei particularmente emocionada com o apelo do presidente da Tanzânia…Então, se o senhor não se importa", disse a atriz voltando-se para o presidente africano, "Estou oferecendo US$ 10 mil para ajudar o senhor a comprar os mosquiteiros hoje."
Defende do o Brasil
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defenderam vigorosamente ontem a política monetária, rebatendo a onda de críticas de que a taxa de juros do país está alta. Num debate, o presidente do BC insistiu que a taxa, em relação ao passado, está caindo, e foi enfático: a solução é garantir estabilidade econômica no longo prazo e um ingrediente fundamental para isto é o controle da inflação.
"Não há dúvida que a taxa de juros no Brasil ainda está alta. Mas trabalhamos para, no longo prazo, ela poder baixar. O caminho para isso é a consolidação da estabilização", afirmou Meirelles.
Palocci se dirigiu aos que dizem que o Brasil não vai crescer mais se mantiver a atual taxa de juros:
"O que aborta o crescimento é inflação. Não é o controle da inflação. Estou muito seguro disso. Se queremos garantir o crescimento de longo prazo, temos que fazer um combate efetivo e permanente contra a inflação. Sem isso, não há qualquer condição de projeção de crescimento de longo prazo."
Palocci acrescentou que fazer ajustes duros faz parte do processo:
"Fundamental para o progresso econômico é garantir ao trabalhador um ganho social. Não há nada mais importante para a renda da família e do trabalhador do que o controle da inflação. Muitos que dizem que não crescemos com esta política monetária, disseram isso no ano passado, mas os números não confirmaram suas previsões."
