O Itaú Unibanco decidiu deixar de lado a polêmica levantada nos últimos dias sobre as taxas de spread (diferença entre o custo de captação e o de empréstimo) praticadas pelos bancos públicos. O diretor de Relações com Investidores da instituição financeira, Alfredo Setubal, evitou comentar as críticas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiteradas ontem, de que o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, estaria equivocado ao dizer que a redução do spread por bancos oficiais não é sustentável.
“Não vamos mais entrar nessa discussão. Deixe que falem”, afirmou. Segundo Setubal, que participa hoje de reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) com investidores, os juros do banco cairão na medida em que o risco de inadimplência ceder. Ele reiterou que, no terceiro trimestre, as provisões para fazer frente à inadimplência devem voltar a subir, mas em um ritmo mais lento que o do trimestre anterior. Na sequência, elas devem recuar.
Hoje, o índice de inadimplência do Itaú Unibanco para contas com mais de 90 dias de atraso está em 6,4%, na média, sendo cerca de 8% para pessoas físicas. Setubal espera que esses índices caiam com a recuperação econômica. O banco trabalha com uma queda de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 e um avanço de 4,3% do mesmo indicador em 2010.