Estimativa feita pelo presidente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Josué Gomes da Silva, aponta que cerca de 280 mil trabalhadores poderão ser demitidos até o final do ano se o setor não superar a grave crise que enfrenta. Este número representa 17,6% dos trabalhadores da indústria têxtil, que emprega um total de 1,6 milhão de pessoas e representa 14% do Produto Interno Bruto brasileiro.
Vários problemas explicam a crise do setor. Além da importação ilegal (contrabando e pirataria) de vestuário, o segmento enfrenta excessiva carga tributária. Outro problema é que, desde janeiro de 2005, a indústria têxtil passou a enfrentar ainda a concorrência predatória dos produtos asiáticos.
O resultado desta crise é que, de 2005 a 2006, o faturamento do setor estacionou na casa dos U$ 32,9 bilhões (R$ 66,78 bilhões). No mesmo período, as exportações caíram de U$ 2,2 bilhões (R$ 4,46 bilhões) para U$ 2,1 bilhões (R$ 4,26 bilhões), enquanto as importações saltaram de U$ 1,5 bilhão (R$ 3,04 bilhões) para U$ 2,1 bilhões (R$ 4,26 bilhões) no mesmo período.
Pedido de ajuda
Tentando achar uma solução para a crise, um grupo de empresários do setor promoveu manifestação no Salão Nobre da Câmara. No encontro, os empresários pediram o apoio formal do presidente e do 1.º secretário da Câmara, deputados Arlindo Chinaglia (PT/SP) e Osmar Serraglio (PMDB/PR).
?A manifestação é importante e me solidarizo com o setor. É preciso desonerar a indústria brasileira para que ela possa competir em condições de igualdade no mercado internacional e com isso gerar emprego e renda no Brasil?, disse Serraglio, para quem os países que praticam a concorrência desleal ?pouco se importam com a degradação do meio ambiente e com os direitos dos trabalhadores?.