Vestuário

Setor têxtil brasileiro debate seus problemas

A indústria do vestuário é o segundo setor que mais emprega no Brasil atrás apenas da construção civil. O Paraná ocupa a quarta posição no ranking dos estados produtores, com cerca de 77 mil trabalhadores formais, em mais de quatro mil estabelecimentos industriais.

Apesar do setor registrar crescimentos nos últimos anos, vem sofrendo com a concorrência de produtos asiáticos. E isso tende a piorar em 2009, é quando termina um acordo de salvaguarda da China, cujo país já adiantou que não pretende renovar o documento, e com isso a importação de produção não terá restrições.

E a renovação do acordo com a China é um dos assuntos que está sendo acompanhado pela Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção Brasileira, que foi criada em abril deste ano e conta com 230 deputados e 21 senadores.

Ontem representantes da frente estiveram em Curitiba apresentando, para representantes do setor do Paraná, as principais propostas que estão sendo defendidas no Congresso.

De acordo com deputado federal Rodrigo Rocha Loures a frente está dependendo três pontos principais: a redução da carga tributária, geração de um milhão de empregos até 2010, e a retomada dos acordos bilaterais com os principais países consumidores, como o Estados Unidos e Europa.

Ele adiantou que em setembro a frente irá aos Estados Unidos para discutir o assunto politicamente. “Hoje o principal mercado exportador do Brasil é a Argentina, que também é membro do Mercosul. Precisamos ampliar isso, e só com a entrada no mercado norte americano seriam gerados 500 mil novos empregos”, comentou Loures.

Além dessas ações a frente está defendendo o combate ao descaminho, a garantia de qualidade técnica dos produtos importados, e a redução da tarifa de energia elétrica em horários diferenciados para s setor têxtil.

Também fazem parte das ações dois projetos de lei que criam a obrigatoriedade do fornecimento de uniforme escolar e a confecção de roupas dos militares no Brasil hoje os uniformes são feitos na China.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado do Paraná (Sinditêxtil), Adilson Filipaki comenta que outra reivindicação do setor é a qualificação de mão-de-obra, que mais de 60% é feminina.

“É preciso apoio do governo, através de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para a formação de mão-de-obra na indústria”, disse o sindicalista. Segundo ele, os cursos ofertados atualmente são mais para fins sociais, o que acaba levando a informalidade ou arrastando o profissional para outras áreas, como a construção civil.