Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 19,552 bilhões em junho, informou nesta sexta-feira, 28, o Banco Central (BC). Em maio, havia sido registrado déficit de R$ 30,736 bilhões e, em junho de 2016, um déficit de R$ 10,061 bilhões.

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O resultado primário consolidado do mês passado ficou perto do teto das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 35,2 bilhões a déficit de R$ 19,2 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 20,500 bilhões.

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O déficit primário de R$ 19,552 bilhões em junho é o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em dezembro de 2001.

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O resultado fiscal de junho foi composto por um déficit de R$ 19,937 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 240 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 346 milhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 107 milhões. Já as empresas estatais registraram superávit primário de R$ 145 milhões.

O déficit primário do setor público consolidado considerado pelo Banco Central é de R$ 143,1 bilhões para 2017, parâmetro que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Essa projeção leva em conta um rombo de R$ R$ 139,0 bilhões para o Governo Central em 2017.

Nesta semana, porém, aumentaram as especulações em Brasília e no próprio mercado financeiro em torno da possibilidade de alteração da meta deste ano. Isso porque os resultados fiscais têm frustrado o governo, que está com margem apertada para cumprir a meta.

1º semestre

O BC informou que as contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 35,183 bilhões no primeiro semestre de 2017. A quantia representa 1,11% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia déficit primário de R$ 23,776 bilhões (0,78% do PIB).

O resultado fiscal no acumulado de janeiro a junho foi obtido com um déficit de R$ 54,754 bilhões do Governo Central (1,72% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 18,996 bilhões (0,60% do PIB).

Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 15,275 bilhões (0,48% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 3,722 bilhões (0,12% do PIB). As empresas estatais registraram um superávit de R$ 575 milhões no primeiro semestre deste ano (0,02% do PIB).