Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 13,491 bilhões em junho, informou nesta segunda-feira, 30, o Banco Central. Em maio, havia sido registrado déficit de R$ 8,224 bilhões e, em junho de 2017, um déficit de R$ 19,552 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 17,400 bilhões a déficit de R$ 10,000 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 15,400 bilhões.
O resultado fiscal de junho foi composto por um déficit de R$ 14,951 bilhões do governo central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 353 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 6 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 347 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 1,107 bilhão.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
Déficit primário
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 14,424 bilhões no primeiro semestre, o equivalente a 0,43% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
O déficit fiscal no primeiro semestre pode ser atribuído ao rombo de R$ 28,718 bilhões do governo central (0,86% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 13,214 bilhões (0,39% do PIB) no primeiro semestre. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 9,860 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 3,353 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 1,080 bilhão no período.
Em 12 meses até junho, as contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 89,823 bilhões, o equivalente a 1,34% do PIB. A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em junho pode ser atribuído ao rombo de R$ 92,405 bilhões do governo central (1,38% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 1,715 bilhão (0,03% do PIB) em 12 meses até junho. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 1,482 bilhão, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 232 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 867 milhões no período.
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 57,941 bilhões em junho. Em maio, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 47,896 bilhões e, em junho de 2017, deficitário em R$ 51,063 bilhões.
No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 53,832 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 4,605 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 496 milhões.
No primeiro semestre, há déficit nominal correspondente a 6,49% do PIB, com saldo de R$ 217,400 bilhões.
Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 7,28% do PIB, com saldo negativo de R$ 487,041 bilhões.
Juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 44,450 bilhões com juros em junho, após esta despesa ter atingido R$ 39,672 bilhões em maio.
O governo central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 38,880 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 4,958 bilhões e as empresas estatais, de R$ 611 milhões.
No primeiro semestre, as despesas com juros somaram R$ 202,976 bilhões (6,06% do PIB). Em 12 meses, as despesas com juros atingiram R$ 397,217 bilhões até junho (5,94% do PIB).
Dívida
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 51,4% do PIB em junho, ante 51,3% em maio. A dívida do governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,440 trilhões.
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 5,165 trilhões, o que representa 77,2% do PIB. Este é o maior porcentual para a série. Em maio, essa relação estava em 77,1%. No melhor momento da série histórica, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.
A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.