O crescimento da produção de petróleo em 2010 será impulsionado pela atuação das petroleiras privadas, que compensarão o mau desempenho da Petrobrás. A avaliação é da consultoria Tendências, baseada em dados divulgados pela estatal e pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Petrobrás já admitiu que não cumprirá a meta de produção estipulada para o ano.

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A produção privada no País ainda é pequena e, em muitos casos, obtida em parceria com a Petrobrás. Mas, segundo a Tendências, a participação das companhias que chegaram após o fim do monopólio praticamente triplicou no último ano, passando de 2,6% para 6,1% do volume total produzido no Brasil. De janeiro a outubro, diz a consultoria, as empresas privadas produziram 144% a mais do que no ano anterior.

Segundo o Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural elaborado mensalmente pela ANP, as companhias privadas ficaram, ao todo, com 136,6 mil barris por dia produzidos no Brasil em outubro, o equivalente a 6,8% dos 1,997 milhão de barris extraídos no País. São 40 companhias de diversas nacionalidades – nem todas operam campos petrolíferos, ficando com parcela da produção operada por parceiros.

O boletim da ANP começou a ser publicado em setembro e, portanto, não permite uma avaliação oficial da produção privada em um prazo mais longo. Os dados da Petrobrás, porém, confirmam a análise da Tendências: segundo a empresa, sua produção no País até outubro atingiu a média de 1,979 milhão de barris por dia, apenas 0,34% superior à média registrada em 2009. O volume produzido pela empresa caiu dois meses seguidos.

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A estatal alega que teve que realizar paradas não programadas em plataformas este ano, o que teve impacto na produção. Durante a divulgação do balanço do terceiro trimestre, o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, citou especificamente as unidades P-33 e P-35, que tiveram as operações suspensas pela ANP após denúncias de má conservação. A meta da companhia era fechar o ano com uma média de 2,1 milhões de barris por dia. Não deve chegar aos 2 milhões.

“Os investimentos que estão entrando em operação este ano foram elaborados durante a crise do gás natural em 2007 e 2008. Por isso, são muito voltados para a produção de gás”, diz o professor Edmar Almeida, do Instituto de Economia da UFRJ. A produção nacional de gás bateu recorde em outubro, com a marca de 65 milhões de metros cúbicos por dia. Nesse caso, a Petrobrás tem domínio ainda maior: é responsável por 97% do volume extraído.

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Depois da Petrobrás, os maiores produtores de petróleo no Brasil são a anglo-holandesa Shell, com 51,1 mil barris por dia, as americanas Chevron (21,6 mil barris por dia) e Devon (15,9 mil barris por dia), a indiana ONGC (11,7 mil barris por dia) e a sul-coreana SK (10,6 mil barris por dia). Segundo o Instituto Brasileiro do Petróleo, o investimento privado no setor será de US$ 42 bilhões até 2014 – são 40 companhias atuando além da estatal.