Atingido em cheio pela alta do dólar, o setor plástico espera retomar o crescimento em 2003. Até o ano passado, O consumo do segmento experimentava expansão anual entre 5 a 10%, mas nesse ano o incremento será nulo em função da conjuntura econômica adversa nesse segundo semestre. Além da elevação do custo da matéria-prima, dolarizada por ser derivada de petróleo, pesou também para o cenário negativo a forte queda na venda de automóveis no Brasil.

Líder nacional do mercado no ramo de transformação de plástico, a MVC Componentes Plásticos, do grupo Marcopolo, aposta na diversificação para voltar a crescer em 2003. No ano passado, a receita líquida da empresa foi de R$ 40 milhões, número que deve se repetir nesse ano, informa o gerente geral Gilmar Lima. Para 2003, a previsão é faturar R$ 65 milhões. A produção de 7 mil toneladas de plástico em 2001 deve cair para 6.500 toneladas.

A empresa se instalou em São José dos Pinhais em 1986, para suprir a Volvo com pára-choques, capôs e paralamas. “Mas a nossa grande evolução ocorreu nos últimos cinco anos, com investimentos em tecnologia e parceria com a empresa francesa Pôle de Plasturgie”, comenta Lima. Hoje a empresa também fornece peças para outras montadoras de veículos (Scania, Mercedes-Benz e Mitsubishi), trens (Alstom), a fabricante de aviões Embraer, empresas de ar-condicionado e de terminais de auto-atendimento bancário. Também é responsável pelo design dos orelhões da Brasil Telecom e Telemar. O pólo automotivo representa 40% dos negócios da MVC.

“A MVC consegue manter as vendas por estar extremamente diversificada. Apesar de o Brasil passar por um momento difícil, procuramos outros mercados. Quando a indústria automotiva estava ruim, vendemos para a construção civil”, cita Lima. “No segundo semestre não adiantava fazer loucura de preços, mas mesmo assim mantivemos o quadro de pessoal para avaliar a situação e adotamos a estratégia de abrir plantas mais próximas dos clientes”, relata. Foram abertas unidades no Rio de Janeiro e Goiás, esta ao lado da fábrica da Mitsubishi. Dos 400 empregados da MVC, 350 estão no Paraná.

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