Setor plástico amarga prejuízos

?O nosso problema não é China, e sim o Brasil?, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná (Simpep), Dirceu Galléas ao comentar o déficit da balança comercial do setor, que atingiu a cifra recorde de US$ 579 milhões. Segundo ele os produtos chineses invadiram o País com preços competitivos, enquanto as indústrias brasileiras amargam prejuízos com a alta carga tributária. Diante desse cenário, afirma Galléas, o crescimento do setor é quase nulo.

Aliado a concorrência dos produtos chineses, a indústria do plástico enfrenta ainda um outro problema: o monopólio no fornecimento de matéria-prima. Segundo o presidente do Simpep somente a Petrobras fornece a nafta, e agora entrou no setor de petroquímica, ou seja, atuando nos setores de base e na ponta. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), o preço do PP (polipropileno) teve um aumento médio de 21% no mercado brasileiro em 2007, enquanto nos mercados asiáticos e nos Estados Unidos o aumento ficou entre 6% e 10% nesse mesmo período. E essa diferença no preço da matéria-prima tem feito com que algumas empresas acabem importando resinas.

O presidente do Simpep confirmou que representantes dos setores plásticos estiveram reunidos para elaborar um documento que será entregue para a Secretaria de Fazenda. Eles levantaram a situação que enfrenta o setor, principalmente em relação ao preço da matéria-prima, e esperam uma posição do governo. ?Hoje o Brasil não tem preço para exportar, porém temos qualidade. O que precisamos é abrir um mercado e melhorar nossas condições internas?, comentou Galléas.

Sacolas polêmicas

As campanhas desenvolvidas no Paraná para a utilização de sacolas retornáveis nos supermercados não irão resolver o problema ambiental, que hoje é imputado as sacolas plásticas, avalia o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico (Simpep), Dirceu Galléas. Segundo ele a indústria não é a culpada pelo uso excessivo do produto nos supermercados – que depois de usadas, acabam indo para o meio ambiente.

?A utilização de uma sacola mais fina e pouco resistente foi pedido dos próprios supermercadistas que queriam pagar menos pelo produto?, afirmou. Para ele, as sacolas retornáveis de algodão não passam de marketing e não agregarão valor os produtos nacionais, ?pois o algodão virá da China porque custa 50% menos?. Ele também condena os modelos oxibiodegradáveis, que estão sendo utilizadas por algumas redes, por não terem comprovação da eliminação do passivo ambiental. Galléas defende o aumento da reciclagem do plástico, que pode ser usado inclusive como fonte de energia.

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