Relatórios nacionais e internacionais estimam, para 2007, um crescimento superior a 3% para o setor moveleiro do Brasil. O consumo interno e a exportação devem aumentar, o que faz crescer também a produção e as vendas. No entanto, no Paraná, representantes do setor não estão muito otimistas. Eles afirmam que não vai ser fácil e que para crescer será necessário muito trabalho ao setor e mais participação também do Estado.
Segundo o arquiteto e designer Ronaldo Duschenes – conselheiro da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e vice-presidente do Sindicato das Indústrias Marceneiras do Estado do Paraná (Simov) -, o cenário econômico atual não é dos mais propícios para nenhum setor voltado para exportação, o que inclui o moveleiro. Segundo ele, se houver crescimento em 2007, isso deve acontecer apenas em relação ao mercado interno. ?Com a estabilização do dólar nos patamares em que está, além de entraves como a alta carga tributária geral e os pesados juros fica difícil de alavancar um crescimento para o setor?, lamenta.
Ainda de acordo com Duschenes, além de ser necessário trabalhar essas variáveis no cenário geral, em nível local também existem fatores a se trabalhar. ?Não temos medidas específicas para o setor em nível estadual. Uma das ações necessárias seria se trabalhar com uma correspondência estadual da lei de inovação – ou seja, com a aplicação de 2% do ICMS do Estado em inovação tecnológica?, afirma. Como lembra o arquiteto, há alguns anos houve uma redução do ICMS de 18% para 12% para o consumidor final, ?o que foi muito salutar?, mas segundo ele é preciso ampliar o benefício diretamente para as empresas.
O representante do Simov completa que para o setor crescer, também cada empresa e o sindicato precisam trabalhar bem e mais. ?Estamos unidos dentro do sindicato, por isso temos que trabalhar no sentido de conseguir que o governo invista no setor, que é estratégico no Paraná (no norte do Estado está o segundo maior pólo moveleiro do País, em Arapongas). Se as coisas ficarem ao léu, não acredito em crescimento?, conclui.