Com o foco da Receita Federal na fiscalização de grandes contribuintes, o setor industrial foi o que recebeu o maior volume de autuações no primeiro semestre, somando R$ 19,3 bilhões. O valor representa uma alta de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.

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De acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira, 20, pelo Fisco, em segundo lugar estão os serviços financeiros, com R$ 16,4 bilhões em autuações, alta de 61,3%. O comércio foi o setor em que as autuações mais cresceram, 120%, totalizando R$ 10,9 bilhões. Em seguida, veio o setor de prestação de serviços, com alta de 114% e autuações de R$ 10 bilhões.

Na fiscalização das pessoas físicas, a maior alta foi para autônomos, 349%, com multas que somam R$ 237,2 milhões. Segundo o subsecretário de Fiscalização da Receita, Iágaro Martins, isso se deu pelo aumento de autuações de esportistas, como jogadores de futebol.

Houve alta de 153% nas autuações de funcionários públicos, que somam R$ 200,5 milhões, em decorrência, de acordo com Martins, de autuações de operações que investigaram corrupção de servidores públicos, como a da “Máfia do ISS”, em São Paulo.

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Big Brother

Martins disse ainda que a Receita tem feito um acompanhamento quase em tempo real dos grandes contribuintes, que são informados quando agem de maneira que o órgão entende ser fora do esperado. “É uma tarefa quase de coaching dos grandes contribuintes. Ele se comporta um pouco fora, a gente entra em contato”, declarou. “Se existe um big brother, fica dentro dos computadores da Receita.”

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Para as pessoas físicas, a Receita neste ano está enviando cartas para comunicar aqueles com Imposto de Renda a pagar de irregularidades na declaração. Martins explicou que, geralmente, esse grupo não acompanha de perto o processamento das declarações, como fazem os contribuintes com restituição do Imposto de Renda a receber. Serão emitidas 450 mil cartas até setembro, o que representa 50% das declarações em malha.