Independentemente do nicho de mercado que se queira atingir, o setor imobiliário continua aquecido em Curitiba e região metropolitana. Tanto quem vende imóveis para classes sociais mais baixas, e também para quem trabalha somente com os edifícios e residências luxuosas, as vendas só aumentam, ano a ano.

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No entanto, quem vende imóveis mais populares é que está comemorando mais. Isto porque programas do governo (como o Minha Casa Minha Vida, por exemplo) impulsionaram as vendas desde 2008.

A empresa Conceito e Moradia (que trabalha somente com este nicho de mercado, envolvendo pessoas que recebem até dez salários mínimos por mês, e imóveis cujos valores variam de R$ 100 a R$ 130 mil) tem tido um crescimento nas vendas de 30% ao ano.

Para o diretor do local, Eurico Borges dos Reis, as perspectivas são positivas. “Em três anos nossas vendas duplicaram e, se o programa Minha Casa Minha Vida perdurar, cresceremos ainda mais. Hoje a nossa demanda é bem maior do que a oferta”, afirmou. Segundo Reis, as pessoas solteiras têm contribuído muito com o crescimento.

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A San Remo, que atua somente no ramo de imóveis de luxo, também tem obtido crescimento ano a ano, porém, em ritmo um pouco menor do que os imóveis para as classes baixa e média. Segundo o diretor do local, João Carlos Perussolo, os negócios não têm apresentado grandes variações.

“O nosso cliente compra um imóvel porque quer fazer um up grade de conforto, e, de um modo geral, não porque necessita. Ele também não está procurando seu primeiro imóvel”, comentou.

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Perussolo lembrou ainda que o perfil do seu cliente também se diferencia muito pela quantidade despendida para um imóvel: enquanto a classe média gasta de 50% a 80% de seu patrimônio na compra da casa própria, os ricos gastam de 5% a 10%.

De olho nos solteiros, a San Remo está apostando nos edifícios de alto padrão, mas com apartamentos pequenos, com 90 metros quadrados de área útil. Pequenos, porém caros para a população em geral: de R$ 700 mil a R$ 1 milhão.

Em relação às imobiliárias, o crescimento também é muito grande. Na Galvão, por exemplo, os corretores venderam quatro vezes mais no primeiro semestre deste ano, se comparar com todo o ano de 2009. Para o diretor do local, Gerson Carlos da Silva, vários fatores explicam o setor bem sucedido.

“Estabilidade econômica, o crescimento das linhas de financiamento, o aumento da renda, entre outras. Tudo isso aumentou a confiança das pessoas em investir no imóvel”, analisou.

Eurico dos Reis acredita que, pelo menos no nicho de mercado em que ele atua, as vendas devem continuar crescendo. Segundo ele, a falta de mão de obra não deve afetar negativamente o setor, em função dos treinamentos que têm sido feitos e da recomposição salarial que a categoria conquistou até agora. “Isso pode até onerar a construção civil, mas por outro lado atrai pessoas de fora para o setor”, disse.

Batel é o mais caro; Barreirinha, mais barato

O valor do metro quadrado em Curitiba varia cerca de 300% na área privativa e 250%, na área total. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), de janeiro a junho deste ano.

A pesquisa mostrou que o Batel é o bairro mais caro, com valor médio do metro quadrado da área privativa a R$ 6,2 mil; e o Barreirinha é o mais barato, com área valendo R$ 2,1 mil.

Em relação à área total, a constatação é a mesma: R$ 3,4 mil no Batel e R$ 1,4 mil, no Barreirinha, em média. Segundo a Ademi-PR, a localização e o custo da construção são os fatores que influenciam nos valores.

A escassez de terrenos no Batel também eleva o pre&cced,il;o dos imóveis no bairro. A Ademi-PR prevê, ainda, uma valorização de 8% a 10%, por ano, dos imóveis localizados em Curitiba.

O segundo bairro mais caro é o Cabral, e o terceiro, o Água Verde. Os bairros mais baratos são, além do Barreirinha, Fazendinha, Santa Cândida e Cajuru. A pesquisa constatou que no Xaxim há um excesso de oferta de imóveis com três dormitórios.

Feira

Quem está procurando um imóvel tem a oportunidade, até domingo, de visitar a Feira de Imóveis do Paraná, no Estação Convention Center (dentro do shopping Estação, em Curitiba).

Na feira há pelo menos 30 mil opções de imóveis novos e usados. Pelo menos 35 mil pessoas visitaram a feira no ano passado. A entrada é franca. Informações pelo telefone 41-3253-6233.