Após o superávit de US$ 32 milhões em setembro, o resultado das transações correntes ficou novamente positivo em outubro deste ano, em US$ 329 milhões, informou nesta terça-feira, 27, o Banco Central. A instituição projetava para o mês passado superávit de US$ 1,3 bilhão na conta corrente.
O número do mês passado ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 1 bilhão a superávit de US$ 1,640 bilhão (mediana de US$ 805 milhões). O superávit do mês passado representa o melhor resultado para outubro desde 2006 (superávit de US$ 1,495 bilhão).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 5,448 bilhões em outubro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,142 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,281 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 432 milhões.
No acumulado do ano até outubro, o rombo nas contas externas soma US$ 11,333 bilhões. A estimativa do BC, atualizada em setembro, é de déficit em conta corrente de US$ 14,3 bilhões em 2018.
Já nos 12 meses até outubro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 15,401 bilhões, o que representa 0,80% do Produto Interno Bruto (PIB). Este porcentual de déficit ante o PIB é o menor desde julho (0,76%).
Lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,161 bilhão em outubro, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume menor que os US$ 1,819 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 14,442 bilhões. A expectativa do BC é a de que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 20,5 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,143 bilhão em outubro, ante US$ 1,310 bilhão em igual mês do ano passado.
No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 15,078 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 19,7 bilhões.
Viagens internacionais
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em outubro, informou o BC. No mês passado, quando o dólar recuou 7,15% ante o real (considerando a ptax), a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 1,148 bilhão. Em igual mês de 2017, o déficit nessa conta foi de US$ 1,174 bilhão.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,603 bilhão em outubro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 455 milhões no mês passado.
No ano até outubro, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 10,510 bilhões. Para 2018, o BC estima um déficit de US$ 13,0 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 13,192 bilhões de déficit registrados em 2017.
Dívida externa
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em outubro é de US$ 297,344 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2017 terminou com uma dívida de US$ 317,305 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 239,237 bilhões em outubro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 58,107 bilhões no fim do mês passado.