Após o superávit de US$ 412 milhões em abril passado, o primeiro para o mês desde o ano de 2009, o resultado das transações correntes voltou a ficar positivo em maio: US$ 1,200 bilhão. A projeção do Banco Central para a conta corrente do mês passado era de um saldo negativo de US$ 200 milhões.
O resultado de maio ficou abaixo da mediana positiva de US$ 1,6 bilhão apontada pelo levantamento realizado pelo AE Projeções com 25 instituições. As projeções oscilavam entre um superávit de US$ 150 milhões a US$ 2,5 bilhões.
A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 6,251 bilhões em maio, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,489 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 2,834 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 1,712 bilhão.
No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, o rombo nas contas externas soma US$ 5,966 bilhões. Já nos últimos 12 meses até maio deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 29,523 bilhões, o que representa 1,70% do Produto Interno Bruto (PIB).
Remessa de lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,706 bilhão em maio, segundo dados do Banco Central. A saída líquida representa um volume menor do que os US$ 1,946 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 6,467 bilhões. O resultado enviado é menor que o registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 6,973 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,148 bilhão em maio ante US$ 799 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 8,323 bilhões, contra os US$ 9,279 bilhões de igual período do ano passado.
Viagens internacionais
Apesar da diminuição da cotação do dólar nos últimos meses depois da disparada do ano passado, a conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em maio. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 679 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 998 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,113 bilhão em maio. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 434 milhões no mês passado. No acumulado do ano, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 2,407 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 5,793 bilhões.