Após o déficit de US$ 4,274 bilhões em agosto, o resultado das transações correntes ficou negativo em setembro deste ano, em US$ 3,487 bilhões, informou nesta quinta-feira, 24, o Banco Central (BC). A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 3,3 bilhões na conta corrente.

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O resultado de setembro é o pior para o mês desde 2014, quando houve déficit de US$ 8,016 bilhões.

O número do mês passado ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 5,8 bilhões a déficit de US$ 2,229 bilhões (mediana negativa de US$ 3,974 bilhões).

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 1,679 bilhão em setembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,725 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,650 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,508 bilhões.

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No acumulado do ano até setembro, o rombo nas contas externas soma US$ 34,055 bilhões. A estimativa do BC, do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, é de déficit em conta corrente de US$ 36,3 bilhões em 2019.

Já nos 12 meses até setembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 37,435 bilhões, o que representa 2,05% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,365 bilhão em setembro, informou o BC. A saída líquida representa um volume inferior aos US$ 1,854 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado do ano até setembro, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 19,331 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2019 some US$ 26,5 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,301 bilhão em setembro, ante US$ 638 milhões em igual mês do ano passado.

No acumulado do ano até setembro, essas despesas alcançaram US$ 18,589 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 20,5 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em setembro, informou o Banco Central. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 938 milhões. Em igual mês de 2018, o déficit nessa conta foi de US$ 816 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,330 bilhão em setembro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 391 milhões no mês passado.

No ano até setembro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 8,814 bilhões. Para 2019, o BC estima um déficit de US$ 12,0 bilhões.

Dívida externa

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em setembro é de US$ 327,391 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2018 terminou com uma dívida de US$ 320,612 bilhões.

A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 252,960 bilhões em setembro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 74,431 bilhões no fim do mês passado.