O setor de telecomunicações do país sinalizou para o governo a manutenção dos investimentos programados para 2009 e 2010, apesar da crise financeira internacional e da conseqüente escassez de crédito no mercado.
A afirmação é do secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins, que participou hoje (31), no Rio, da 4a Jornada de Estudos de Regulação, promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“Não temos nenhuma informação sobre efeitos dessa crise no setor de telecomunicações. No Congresso realizado na semana passada em São Paulo, com a presença de todos os principais executivos do setor de telecomunicações, ninguém apontou na direção de um possível contingenciamento. Pelo contrário: vamos manter nossos investimentos programados para 2009 e 2010”, relatou Martins.
Segundo ele, as perspectivas do setor apontavam exatamente no sentido contrário: de aproveitar a crise internacional para gerar oportunidade de ampliação dos negócios. “Alguns vêem até oportunidade, pois entendem que, com o agravamento da crise, se acontecer, as empresas [em geral] terão necessidade de reduzir custos. E redução de custos significa necessidade de usar ainda mais os serviços de telecomunicações, pois vão ter que cortar viagens.”.
De acordo com Martins, o governo ainda não viu qualquer indício que aponte para a possibilidade de cortes no setor. Sobre as informações de que algumas empresas estariam precisando renegociar prazos e condições ligadas ao leilão de 3G (terceira geração de telefonia), o secretário garantiu que esse pleito,se existe, ainda não chegou a ser formalizado.
“Não tem nada formalizado. Eu estou ouvindo, aqui e ali, mas repito: os investimentos continuam sendo feitos e os compromissos das empresas que vão instalar as freqüências de terceira geração continuam, e o mercado permanece absolutamente demandante”, afirmou.
No encontro de hoje, foram discutidas as propostas da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), além de assuntos como a convergência tecnológica. Um dos temas em destaque diz respeito aos reflexos da aprovação do Plano Geral de Outorgas (PGO), na semana passada, que vai viabilizar uma possível fusão das empresas Brasil Telecom e OI.
Roberto Martins informou que as propostas de alteração no plano, que estão sendo apreciadas no Conselho Consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), devem ser encaminhadas até a próxima semana ao Ministério das Telecomunicações.