A queda de 0,8% registrada pelo setor de serviços na passagem de junho para julho foi o primeiro resultado negativo desde março, quando tinha encolhido 2,3%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quarta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi o mais negativo para meses de julho na série com ajuste sazonal – na comparação com o mês imediatamente anterior -, iniciada em 2012.
“O setor de serviços não está com crescimentos constantes, eles vêm sendo interrompidos por quedas pontuais”, afirmou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Segundo Saldanha, a queda no setor de serviços em julho foi pontual, não significa que houve alguma reversão de tendência, tampouco que haja trajetória de recuperação.
“Os dados evidenciam que o setor ainda não está em recuperação. Para recuperar, tem que ter um crescimento mais robusto da indústria, porque só a indústria pode puxar o setor de serviços, e o setor público também, através de contratações e terceirização”, avaliou Saldanha.
O pesquisador acredita que o próprio ajuste fiscal conduzido pelos governos federal, estaduais e municipais poderia ajudar o desempenho do segmento de serviços, caso haja uma terceirização.
“Nesse problema da crise fiscal, a tendência é o governo, em vez de aumentar a contratação própria, optar por terceirizar. Terceirizando o corte de despesa é mais fácil. A terceirização no setor público pode alavancar os serviços”, previu.