Com pelo menos 240 mil empregos diretos, o setor de móveis avaliou como positivas as medidas anunciadas hoje pelo governo dentro da nova política industrial. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez, o principal item da nova política para o segmento é a desoneração da folha de pagamento. “Somos intensivos em mão de obra e, de forma geral, as medidas são muito boas para nosso setor”.
Fernandez informou que será criado um comitê dentro da Abimóvel, com interlocução com o governo e funcionários do setor, com o objetivo de acompanhar o reflexo das medidas sobre as operações das empresas. O setor de móveis conta com aproximadamente 17 mil empresas. Dessas, perto de 80% são micro e pequenas. Os 20% restantes estão distribuídos entre médias e grandes companhias. Fernandez ressaltou que quanto maior for a folha de pagamento das empresas maior será o benefício e a isenção concedida dentro da política industrial.
O dirigente destacou ainda como positivas a aceleração da liberação do crédito de PIS/Cofins aos exportadores e o fim da licença automática à importação de móveis. Para Fernandez, as medidas trazem novas perspectivas para o setor neste segundo semestre. “Tradicionalmente, já temos um segundo semestre mais aquecido, pelas encomendas das redes de varejo para as vendas de final de ano, que começam em agosto”, disse.
Fernandez contou que a Abimóvel também pretende pleitear junto ao governo a criação de uma linha de financiamento voltada aos consumidores para a compra de móveis, especialmente para os beneficiados hoje pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, criado pelo governo federal. A nova política industrial reduz de 20% para 0% (zero) a alíquota para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Em contrapartida, será cobrada uma contribuição sobre o faturamento, com alíquota a partir de 1,5%.