O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, disse que pediu à equipe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior incentivos para que os bancos ofereçam a linha de financiamento Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), prioritariamente. Segundo Aubert Neto, muitos bancos privados preferem oferecer suas próprias linhas, com custo mais elevado, a ofertar as linhas do BNDES, que têm juros mais baixos – de 10% a 12% ao ano. Ele defendeu maior atuação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal como agentes financeiros do BNDES para estimular a concorrência.
A proposta apresentada pela Abimaq na reunião prevê que, para cada R$ 1,00 emprestado pelo Finame, os bancos tenham R$ 2,00 liberados dos depósitos compulsórios para emprestar da forma como quiserem. Neto disse que, mesmo nos bancos públicos, como os gerentes têm metas a cumprir, as linhas do BNDES “ficam debaixo da prateleira”. O presidente da Abimaq solicitou também a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), utilizada nos financiamentos do BNDES. A TJLP para o terceiro trimestre será definida na próxima reunião do Conselho Monetária Nacional (CMN), na segunda-feira (dia 29). Neto argumentou que a taxa Selic tem caído e que a TJLP não teve redução.
Outro pedido do setor de máquinas é de que a compensação de crédito de PIS e Cofins para a compra de máquinas e equipamentos seja feita imediatamente. Hoje, o prazo é de 12 meses. “O Brasil é o único país que tributa investimentos”, afirmou Aubert Neto. Ele disse acreditar que, embora os pleitos apresentados hoje sejam antigos, este é o momento ideal para o setor ser atendido, sob risco de haver “uma desindustrialização no País”. Lembrou que o setor já demitiu 20 mil empregados diretos desde setembro do ano passado, quando começou a crise, e previu que pode demitir mais 50 mil até o final do ano, caso não melhore suas vendas.
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, que recebeu os empresários, afirmou que o governo ainda está avaliando as medidas de redução de custo dos investimentos para bens de capital. Jorge antecipou que as medidas não devem englobar a criação de novas linhas de financiamento do BNDES. “Estamos trabalhando nas linhas que já existem, mudando as condições”, disse. Miguel Jorge afirmou que as medidas em estudo são basicamente de redução de custo do dinheiro do BNDES.