Os executivos do setor de distribuição de energia elétrica compareceram em peso nesta terça-feira, 21, ao Ministério de Minas e Energia (MME) para pedir ao governo a prorrogação dos repasses do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), em um esforço para cobrir um rombo financeiro bilionário das companhias de distribuição em 2014.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, o governo mostrou boa vontade em estudar alternativas para lidar com esse problema. No final do ano passado, a entidade apresentou cálculos que projetavam o descompasso de caixa entre cerca de R$ 8,6 bilhões até R$ 13,1 bilhões, no pior cenário. Esse rombo, causado pela exposição involuntária das distribuidoras e pelo gasto com o uso de energia térmica – que é mais cara -, além do adiamento das bandeiras tarifárias para 2015, tem potencial para acabar com o desconto de 20% nas contas de luz alcançado pelo governo em 2013.
“Viemos apresentar uma diagnóstico da situação do setor e lembrar que, se as medidas (uso de CDE) não tivessem sido tomadas em março de 2013, teríamos uma inadimplência generalizada nas distribuidoras”, disse Leite. “Ainda estamos acompanhando o período chuvoso para termos uma noção mais clara dos impactos nos nossos custos, mas existem alternativas que podem ser negociadas e que permitiriam um reajuste anual das tarifas compatível com o desconto nas contas de luz e com o caixa das companhias”, afirmou.
De acordo com o executivo da Abradee, essas alternativas ainda estão sendo estudadas e se encontram em uma fase embrionária. Por isso, Leite não forneceu detalhes sobre quais medidas poderiam ser adotadas, além do uso da CDE por mais um ano. Estiveram presentes na reunião 17 grupos empresariais responsáveis pelas 41 distribuidoras associadas à Abradee, que abastecem 99% do mercado consumidor cativo de energia elétrica.