O setor da construção civil está trabalhando com uma previsão de crescimento de cerca de 3,5% em 2009, e apostando nos incentivos do governo federal para construir 650 mil casas até agosto de 2010 e, em um prazo de 15 anos, entregar 7,5 milhões de residências e erradicar o déficit habitacional do País.

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As informações foram dadas ontem, pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, que esteve em Curitiba para uma reunião com representantes do segmento.

Segundo Simão, o setor, que de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) atingiu em fevereiro o mesmo nível de emprego que tinha antes da crise global, não deve voltar a demitir em 2009, e isso deve refletir nos próximos dois anos, pelo menos. “Se não contratássemos nos primeiros seis meses do ano, poderíamos ter desemprego no setor em 2010 e 2011”, concluiu.

Simão explicou, ainda, que o projeto do setor para a habitação seria fundamentado nos conceitos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, a serem mais detalhados na próxima segunda-feira (13).

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Segundo ele, a implantação ainda depende de aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 285/08, conhecida como PEC da Habitação, que tramita no Congresso Nacional.

A intenção do setor, entretanto, pode esbarrar em questões como a distribuição da terra, que Simão considera “um problema grave” no País. “Estamos falando de 7,5 milhões de casas, e não temos terra pra isso. Raríssimos municípios têm áreas reservadas para habitação popular”, acrescentou. A demora na implantação do cadastro positivo é outro empecilho apontado pelo dirigente.

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PAC

O segmento da construção civil também considera, segundo Simão, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como um dos pilares para fugir da crise e crescer neste e nos próximos anos.

Para ele, apesar das obras do governo relacionadas ao Programa não estarem bem, os empreendimentos de empresas públicas e privadas – que representam, segundo ele, 85% das obras – estão até além do programado.

Já o mercado imobiliário, que sofreu com a crise entre setembro e dezembro de 2008, está se recuperando rapidamente este ano, para Simão, e deve continuar alavancando a construção civil.

“Hoje [o mercado] está voltando a níveis muito bons, e já estão projetando um 2009 igual ou melhor que 2008”, lembrou, afirmando que o crédito é que está dando sustentação à atividade.