Setembro foi difícil para o comércio paranaense

Depois de obter um crescimento de 3,4% em agosto ante julho, o comércio varejista paranaense amargou, em setembro, uma queda de 2,5% no volume de vendas, na comparação com agosto.

A redução também influenciou o faturamento, que diminuiu 2,9%. No confronto de setembro deste ano com o mesmo mês de 2008, o comércio do Estado vendeu mais: as vendas cresceram 2,7%, levando a um índice de 4,3% entre janeiro e setembro, e 4,7% no acumulado dos últimos 12 meses.

As informações fazem parte da última Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, os índices paranaenses de volume de vendas, em setembro, ficaram abaixo das médias nacionais.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento no País foi de 5%. Em relação a agosto, as vendas aumentaram 0,3%. E nos índices acumulados, as altas foram de 4,7% em 2009 e 5% nos últimos 12 meses.

Entre os setores pesquisados, apenas um teve queda nas vendas em relação a setembro de 2008: foi a atividade de combustíveis e lubrificantes, na qual a redução foi de 14,9%, derrubando a taxa acumulada do ano para -2,3%. A variação da receita nominal do setor foi ainda maior: -15,6%, que também levou a uma redução para -1,9% no índice de 2009.

O segmento com o maior peso na pesquisa, o de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve um crescimento, no Paraná, de 4,9% no volume de vendas, e 8,2% na receita em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2008. Considerando-se apenas os hiper e supermercados, os índices são um pouco maiores: 5,1% e 8,4%, respectivamente.

Na mesma comparação ante setembro de 2008, a atividade de equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação foi destaque, com índice de 22,4% de crescimento no volume de vendas.

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (14,5%) e livros, jornais, revistas e papelaria (10%) também aumentaram significativamente seus volumes de vendas em relação ao mesmo mês do ano passado.

Outros setores do comércio que tiveram crescimento nas vendas foram os de tecidos, vestuário e calçados (0,3%), móveis e eletrodomésticos (2,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,7%).

O índice do comércio ampliado, que engloba também as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças e de materiais de construção, ficou em 9,6% no Paraná e 9,1% no Brasil, na comparação com setembro do ano passado.

A influência para a alta veio principalmente dos veículos, que venderam 22,3% a mais no Estado, e 18,9% no País. Os materiais de construção tiveram queda nas vendas, de 9% e 8,2%, respectivamente.

IPI menor e fim da gripe teriam ajudado o setor

Diferentemente do índice obtido pelo IBGE, que registrou baixa nas vendas do comércio paranaense em setembro, em relação a agosto, a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR) detectou aumento de 1,26% na mesma comparação e também no confronto com os dados de setembro do ano passado. Mesmo assim, a entidade ainda aponta uma queda de 0,82% nas vendas em 2009.

No relatório que divulgou os índices, a Fecomércio-PR destacou que, em setembro, não há nenhuma data comemorativa importante para vendas. Além disso, o feriado de 7 de setembro que, em Curitiba, é emendado com o dia seguinte diminui os dias úteis, o que atrapalha as vendas. Enquanto agosto teve 26 dias úteis, setembro teve um a menos. Em Curitiba, foram 24 dias úteis.

A maior influência apontada pela entidade para o aumento das vendas em relação a agosto foi a maior movimentação nas concessionárias de veículos. A Fecomércio-PR lembrou que setembro foi o último mês em que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estava reduzido em seu nível mais baixo, mas também ressaltou que prazos extensos de financiamento e juros reduzidos ajudaram nas vendas.

O IPI reduzido da linha branca (geladeiras, lavadoras, tanquinhos e fogões) também teve grande influência nos números das vendas do comércio. Segundo a Fecomércio-PR, o comércio dos itens continuou com bom desempenho naquele mês.A superação da fase crítica da gripe A (H1N1), que foi mais intensa entre julho e agosto, também foi teria ajudado no índice positivo.

Outros destaques nas vendas de setembro ficaram com as farmácias e perfumarias, que tiveram índices positivos em todos os comparativos, e as livrarias e papelarias, que tiveram crescimento expressivo sobre os números de agosto.

De acordo com a Fecomércio-PR, as perspectivas para o último trimestre do ano, são de melhoria nas vendas. A base de comparação com os primeiros meses da crise (outubro a dezembro de 2008) e o momento atual de recuperação da economia devem ser as principais causas.