A situação da Sete Brasil se tornou bastante delicada desde que a delação do ex-diretor Pedro Barusco veio à tona, o que acabou impedindo a empresa de receber um financiamento do BNDES. Sem o dinheiro do banco de desenvolvimento, a Sete deixou de honrar cerca de R$ 15 bilhões em dívidas com seis bancos e cinco estaleiros. Agora, tenta encontrar um novo sócio, que aporte dinheiro na companhia, para que o projeto possa seguir adiante. A empresa, no entanto, já decidiu reduzir de 28 para 19 o número de sondas a ser produzido.
Os bancos aceitaram rolar a dívida até o início do próximo ano, e os estaleiros estão em negociação. Os dois tipos de credores estão em situação difícil para exigir pagamentos. Os bancos não têm garantias suficientes dos empréstimos para poder executar a dívida e os estaleiros estão sendo acusados de pagamento de propinas.
Segundo a delação de Barusco, a cada contrato firmado foi pago 1% de propina, que no total somaria US$ 224 milhões. Desse valor, dois terços iriam para João Vaccari, então tesoureiro do PT, e o outro terço teria sido dividido entre Barusco, Eduardo Musa, também ex-diretor, e João Carlos Ferraz, ex-presidente da empresa, além de funcionários da Petrobrás. Os estaleiros negam o pagamento.
O advogado de Barusco e Ferraz, Antonio Figueiredo Basto, não respondeu à ligação feita pela reportagem. Eduardo Musa foi procurado em sua casa, mas também não atendeu as ligações.
Pelos processos judiciais liderados pelo escritório Sérgio Bermudes, a Sete tem direito a receber os recursos por causa do que está escrito na Lei das Sociedades Anônimas, que diz que as empresas têm direito ao recurso obtido ilegalmente por administradores da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.