Cerca de cem funcionários da área operacional dos Correios realizaram nesta quinta-feira (15) uma passeata no centro de Curitiba. Eles saíram por volta das 10h40 da frente da Superintendência Regional dos Correios, na Rua João Negrão, e seguiram para a Praça Santos Andrade.
Em frente à agência central dos Correios, os trabalhadores executaram o Hino Nacional. Pelo caminho, também aproveitaram para distribuir uma “carta à população”, explicando os motivos da manifestação e pedindo o apoio ao movimento.
Desde ontem cerca de 2,7 mil (70%) trabalhadores da área operacional estão de braços cruzados em todo o Paraná, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR). Com a paralisação, todos os serviços de entrega e distribuição das correspondências não estariam sendo realizados.
Já segundo os Correios, a adesão à greve era de menos de 20% dos trabalhadores até o fim da tarde de ontem. A empresa afirmou que a entrega das cartas será mantida, embora possa sofrer atrasos. Estão oficialmente suspensos apenas os serviços com hora marcada, como o Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta.
Valdinei de Jesus Rosa, Carteiro há seis anos, afirma que aderiu à greve porque deseja melhores condições de trabalho e um melhor atendimento à população. Segundo ele, os carteiros enfrentam – além das dificuldades como acidentes de trabalho e mordidas de cachorro – jornadas exaustivas e já não conseguem cumprir o trabalho.
Segundo Valdinei, os setores são muito grandes e faltam carteiros para realizar a distribuição. Com a falta de pessoal, os que estão atuando ficam sobrecarregados e acabam entregando as correspondências muitas vezes com atraso. Os equipamentos, como as bicicletas e motos com muitos anos de uso, também estragam com frequência e acabam atrasando ainda mais a distribuição.
“A gente quer é entregar toda a correspondência do dia nas horas normais de trabalho, sem ter que ir para casa e pensar no que vai fazer no dia seguinte com toda a correspondência acumulada. Queremos condições adequadas de trabalho e prestar um bom serviço à população”, disse.
Negociação
Segundo o secretário-geral do Sintcom-PR, Luiz Antonio Ribeiro de Souza, a posição da empresa é de não que será realizada qualquer negociação com a categoria durante a greve. O sindicalista classifica a proposta como “piada”. Ele afirma que os trabalhadores negociaram por 42 dias com a empresa, sem que houvesse acordo sobre o aumento.
No dia 14 de setembro, os servidores recusaram a proposta de reajuste oferecida pela empresa, que previa 6,87% de aumento e aprovou o indicativo de greve.
“Estamos em greve por tempo indeterminado e só voltaremos ao trabalho quando houver uma resposta às nossas reivindicações por parte da empresa”, afirmou.
Reivindicações
– Aumento do piso salarial para R$ 1.635,00;
– Pagamento das perdas salariais de 24,76%, acumuladas entre 1994 a 2010;
– Vale-alimentação de 30 reais/dia;
– Contratação de mais funcionários;
– Melhores condições de trabalho e
– Redução da jornada dos atendentes para 06 horas.
