Cerca de 380 servidores da Receita Federal do Brasil – a Super Receita, criada este ano pelo governo federal – entraram ontem em greve em Curitiba. A adesão, segundo a presidente da Associação Nacional dos Servidores da Receita Previdenciária (Unaslaf), Simone Melo, foi de 100% na capital paranaense. Em nível nacional, a paralisação – que entrou ontem no segundo dia – atinge entre 60% e 70% da categoria. Ontem pela manhã, servidores realizaram um ?apitaço? em frente à delegacia da Receita Federal, no centro de Curitiba.

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De acordo com a chefe do Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC) da delegacia central da Receita Federal em Curitiba, Rosângela Villanueva Gusi, antes da greve cerca de 150 senhas eram distribuídas por dia para o atendimento de aproximadamente 300 serviços apenas no setor de arrecadação previdenciária. A paralisação dos servidores, segundo Rosângela, deixou alguns contribuintes exaltados ontem. ?Para casos de urgência, servidores de outros setores estão executando estes serviços?, explicou. É o caso de contribuintes que necessitam de certidões negativas de débitos para participar de licitações ou para realizar financiamentos bancários, cujos prazos estão expirando. Estas situações são levadas diretamente ao gabinete da Receita Federal do Brasil.

Desfalque

A principal reivindicação da categoria – cerca de 5 mil servidores em todo o País – é que o governo federal cumpra a lei e enquadre os servidores da arrecadação previdenciária na Receita Federal do Brasil. ?Fazemos o mesmo trabalho que os técnicos da Receita, mas nosso salário é 80% menor?, apontou Simone Melo, da Unaslaf. Ela lembrou que desde o dia 2 de maio, esses servidores deveriam estar enquadrados na Receita Federal, mas continuam no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). ?Se o governo não apresentar nada, pelo menos 80% deve solicitar o retorno ao INSS, e a Receita Federal do Brasil vai ficar desfalcada?, alertou Simone. Amanhã, a categoria realiza assembléia para avaliar o movimento. 

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