O setor de serviços segue acompanhando a desaceleração de outras atividades econômicas, principalmente indústria e comércio, que pioram desde o início do ano, afirmou nesta sexta-feira, 18, Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, a receita nominal dos serviços avançou 2,1% em relação a julho do ano passado, sem descontar os efeitos da inflação. Foi o pior desempenho para o mês na série, iniciada em 2012.
“Os serviços estão acompanhando o processo de desaquecimento que temos observado em outros setores, principalmente indústria e comércio”, disse Saldanha. Além disso, o ajuste fiscal dos governos também tem afetado a demanda por serviços, notou o técnico.
“A indústria é o principal demandante (de serviços), seguida do próprio governo. Na medida em que a indústria está passando por fase de desaquecimento e o governo por contenção de gastos, isso se reflete em menos contratações de serviços. São serviços de transportes, de consultoria, serviços que normalmente são terceirizados. Todos eles sofrem uma retração em função dessa demanda desaquecida”, explicou Saldanha.
A retração no poder de compra das famílias também afeta a receita dos serviços, listou o técnico. Em julho, o rendimento médio dos trabalhadores caiu 2,57% em relação a igual mês do ano passado, enquanto a massa de rendimentos habitual encolheu 3,48% no período, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que investiga o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País.