O emprego em Curitiba nos primeiros quatro meses de 2008 teve o maior crescimento em relação ao mesmo período dos últimos 10 anos, e os setores dos serviços, comércio e construção civil são os que mais têm aberto vagas de emprego na Capital.
Esta é a conclusão tirada pela Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (SMTE) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir dos dados do último Relatório do Emprego, divulgado ontem. O estudo é fruto de um convênio entre as duas entidades, batizado de Observatório do Trabalho.
O crescimento confirma uma tendência que vem acontecendo desde 2006. Aconteceram, este ano, em Curitiba, 116.770 admissões e 101.920 desligamentos um saldo de 14.850 vagas, contra 11.135 vagas de saldo nos primeiros quatro meses do ano passado, e 10.010 no mesmo período, em 2006. Em 2005, o número tinha sido menor do que no ano anterior, quando o saldo de vagas caiu de 7.712 para 6.959.
?A tendência é que o crescimento seja mantido?, disse o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Raul D?Araújo Santos. Segundo ele, o bom desempenho é fruto de vários fatores, como o crescimento da economia brasileira, os aumentos da renda e do crédito da população, e também os maiores investimentos da própria Prefeitura na construção civil. ?O investimento é o maior dos últimos 20 anos?, avalia.
Na ocasião, também foi apresentado o Mapa do Emprego de Curitiba, que deverá, segundo Santos, orientar o cidadão sobre os setores que mais estão empregando. O Mapa será atualizado mensalmente, e divulgado na seção da SMTEno site da Prefeitura (www.curitiba.pr.gov.br). Nos dados divulgados ontem, as profissõescom maior destaque foram a de vendedor de comércio varejista, com quase 22 mil vagas, e a de servente de obras, com 2,6 mil vagas.
Para o supervisor técnico do Dieese e responsável pelo Observatório do Trabalho, Cid Cordeiro, o destaque do período é, ?sem dúvida?, o ramo de construção civil. Além de reiterar a opinião de Santos de que as obras públicas contribuíram para o maior número de empregos no setor, Cordeiro lembra também o aumento de crédito na área de habitação, que estimulou o crescimento da área como um todo.
?Até 2003, a construção civil estava demitindo, devido à dificuldade de acesso ao financiamento e à renda baixa da população. Mas com a desburocratização do acesso ao crédito imobiliário, a ampliação dos prazos de financiamento, a renda e os empregos crescendo, o setor passou a ter mais segurança para contratar?, analisa Cordeiro.