A Sercomtel, única operadora de telefonia sob controle público do Brasil, conta com o apelo regional da marca para crescer e fazer frente à concorrência, estabelecida pela GVT na telefonia fixa e pela Global Telecom na móvel. Administrada pela prefeitura de Londrina (PR), a companhia comemora o início das operações de longa distância nacional e prepara a expansão das atividades para municípios vizinhos à atual área de cobertura, restrita hoje a Londrina e Tamarana.
Lançado há 12 dias, o uso do código 43 para chamadas interurbanas para todo o Brasil já conquistou mais de 20% do mercado de ligações entre as cidades, de acordo com o presidente da empresa, Francisco Roberto Pereira. “A aceitação foi muito boa porque a população reconhece a Sercomtel como sua”, justifica o executivo.
Com 160 mil assinantes numa região com uma das maiores teledensidades do Brasil, de 34%, segundo Pereira, a operadora enfrenta o desafio de expandir o mercado e o portfólio de produtos como forma de assegurar crescimento.
Nesta estratégia, a Sercomtel prepara o lançamento do serviço de telefonia local em duas cidades vizinhas à Londrina, que o executivo não revela os nomes. “Funcionarão como pilotos, para podermos avaliar uma expansão maior”, afirma o presidente da operadora.
Segundo ele, serão investidos R$ 5 milhões com recursos próprios para expansão da planta. A vantagem da Sercomtel é que, pela proximidade das áreas, poderá utilizar as mesmas centrais já em operação, bastando instalar mais alguns armários ópticos e o cabeamento. “Vamos cabear a cidade inteira, não apenas uma área”, diz Pereira.
O foco da expansão será o mercado corporativo, para o qual a Sercomtel prepara um pacote de serviços incluindo telefonia fixa local e de longa distância. O lançamento deve ocorrer em até seis meses.
Na telefonia celular, a Sercomtel acompanha com interesse o movimento da concorrência para uma possível migração para o Serviço Móvel Pessoal (SMP). “Só vamos migrar se a concorrência o fizer”, diz Pereira.
A operadora tem hoje 70 mil assinantes e o desafio de aumentar a conta média por usuário, hoje entre R$ 50 e R$ 60. “Temos 60% de market share (participação no mercado)”, assegura o executivo, rebatendo a informação da concorrente, que garante ter 55% do mercado de Londrina.
A operação móvel da Sercomtel foi alvo de um plebiscito no ano passado, para que a população decidisse pela privatização ou não da companhia. A maioria preferiu que a prefeitura continuasse como o negócio.