O delegado regional do Trabalho, Geraldo Serathiuk, fez um desagravo a direção da Fiep, durante a reunião do grupo Mãos Limpas, com a presença do governador Roberto Requião. ?Como conselheiro do Senai e Sesi aprovei, no ano passado, a proposta do presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, em contratar uma auditoria privada para levantar possíveis problemas da gestão anterior. Aprovamos também a remessa dos relatórios com indicação de desvio de mais de 27 milhões ao Ministério Público do Estado (MPE) e ao Tribunal de Contas da União (TCU)?, conta Serathiuk.
De acordo com o delegado do Trabalho, é de conhecimento que dirigente do órgão apresentou declaração de Imposto de Renda, em 2003, com patrimônio de R$ 4 milhões, sendo que o espólio é de R$ 110 milhões, e que o MPE está investigando esta diferença. ?Acredito que o governador poderia aproveitar e fazer uma auditoria na Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social para descobrir quanto do recurso de qualificação profissional foi desviado por meio de empresas de qualificação frias, nos tempos que dirigentes da Fiep controlavam o órgão?, sugere Serathiuk.
Segundo ele, o Paraná já chegou a receber em anos anteriores R$ 20 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para qualificar trabalhadores. Porém, diz Serathiuk, grande parte desse dinheiro foi desviado por empresas fantasmas de qualificação. ?Se hoje vivemos com um mercado oferecendo vagas, trabalhadores sem qualificação e o Paraná em 4.º lugar em níveis de acidente de trabalho, é lamentavelmente em decorrência dos desvios de recursos de qualificação do setor público e privado?, acrescenta Serathiuk.
Como conselheiro do Sesi e Senai, o delegado do Trabalho afirmou que a situação mudou para melhor na gestão de Rodrigo. ?Sei o quanto está sendo investido nos prédios e equipamentos, em todo o Estado, para melhorar os serviços e o choque de gestão na área de recursos humanos. Se em 2003 foram formados 700 aprendizes, este ano serão formados 3,5 mil. Isso é inclusão social?, enfatiza Serathiuk.