A qualidade do crédito da pessoa física seguiu no primeiro trimestre de 2010 trajetória de alta observada desde o segundo semestre de 2009 e retornou ao patamar pré-crise. Divulgado hoje, o Indicador de Qualidade do Crédito, calculado pela empresa de análise econômica Serasa Experian, apontou alta de 0,7% no primeiro trimestre ante os três últimos meses do ano passado. O resultado elevou de 78,6 pontos para 79,2 o nível de qualidade de crédito no País, o mais alto desde o segundo trimestre de 2008, de 79,3 pontos.
O índice da Serasa calcula o risco de inadimplência da pessoa física na contratação de financiamentos. Quanto maior for o indicador, que varia de zero a 100, melhor é a qualidade do crédito, ou seja, menor é o risco de inadimplência. Na relação ano a ano, houve crescimento de 0,25% nos três primeiros meses deste ano frente ao primeiro trimestre de 2009, quando o índice estava no patamar dos 79 pontos.
Diante da perspectiva de crescimento, os economistas da Serasa Experian atribuem a alta da qualidade do crédito aos reflexos positivos da recuperação do mercado de trabalho, ampliação do emprego e dos rendimentos reais, sobre a capacidade de pagamento dos consumidores. De acordo com os analistas, contribuiu ainda para o atual cenário a estabilização da taxa básica de juros (Selic), que se mantém em 8,75% ao ano desde julho de 2009.
O indicador aponta ainda que o Sul é a única região do País a se situar acima da média nacional, registrando a marca de 84,2 pontos. Na sequência, figura o Sudeste, pouco abaixo da média, com 79 pontos. O Centro-Oeste (77,1) e o Nordeste (78,3) também atingiram patamares inferiores ao registrado no País. A pior qualidade de crédito foi observada no Norte, que marcou 75,7 pontos.
Em comparação ao trimestre anterior, a região onde se observou a maior recuperação na qualidade de crédito do consumidor foi a região Norte (alta de 1,4%), seguida pela Centro-Oeste (alta de 1,0%).
Por faixa de renda, a classe que ganha até R$ 500,00 por mês é a que possui o menor índice de qualidade de crédito (74,8 pontos). No outro extremo, a classe acima de R$ 10 mil registra o melhor indicador, 93,1 pontos, seguida pela renda de R$ 5 mil a 10 mil (92,8 pontos). Como explica a Serasa, a qualidade de crédito do consumidor tende a ser relacionada com a renda. Todas as camadas pesquisadas, exceto os consumidores que ganham mais de R$ 10 mil por mês, registraram melhora na qualidade de crédito no primeiro trimestre de 2010.
O indicador da Serasa Experian avalia, trimestralmente, o risco de crédito dos consumidores. É construído a partir de resultados atribuídos a cerca de 450 mil pessoas físicas, constantes da base de dados da entidade, com base nos modelos internos de avaliação de risco de crédito.