O crédito imobiliário se tornou, no mês de agosto, a principal modalidade liberada às pessoas físicas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional, com R$ 314,9 bilhões, segundo estudo da Serasa Experian, com base na análise dos saldos das carteiras de crédito concedido às pessoas físicas, tanto com recursos livres quanto com direcionados, divulgada mensalmente pelo Banco Central.

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“Isto é resultado do ritmo de crescimento do crédito imobiliário bem superior aos das demais carteiras, que já vinha numa crescente há anos e ultrapassou o crédito pessoal em agosto. Era só uma questão de tempo”, avalia o economista da casa, Luiz Rabi. A carteira brasileira agora está se aproximando das carteiras internacionais, segundo ele, “pois em outros países, é o crédito habitacional que tem mais espaço para crescer”.

De acordo com Rabi, a tendência de que isso continue pelos próximos anos, em especial em 2014, visto que as outras carteiras são muito cíclicas, e a de crédito imobiliário é mais estrutural, de longo prazo. “E isso só intensifica com a taxa de juros no pico do aperto monetário”, destaca ele, que trabalha com uma Selic estável em 9,75% ao longo de todo o ano de 2014, sendo reduzida somente quando a inflação ceder de forma mais significativa.

“Pelo fato que os juros já vão inaugurar o ano com valor máximo, isso vai segurar as carteiras ligadas ao consumo, ao passo que o crédito imobiliário ‘vai embora’, porque não é balizado por isso”, comenta.

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Em dezembro do ano passado, o crédito habitacional, que ocupava a segunda posição, com R$ 255,4 bilhões, representava 23,7% do crédito absorvido pelas pessoas físicas no País, uma diferença de 2,2 pontos percentuais em relação ao crédito pessoal. Em agosto deste ano, o crédito imobiliário atingiu R$ 314,9 bilhões, com 26,5% de participação, destaca a Serasa.

Em contrapartida, a carteira de financiamento de veículos (incluindo-se as operações de leasing) vem perdendo, desde 2011, adesões e, atualmente, ocupa a terceira colocação (R$ 204,3 bilhões, 17,2% do total). “Tudo o que é ligado ao consumo e bens duráveis sofre com o aperto monetário, pois o governo encarece o crédito para diminuir o consumo, que reduz os preços e, consequentemente, a inflação. Esta é uma característica do crédito neste ano que continuará no ano que vem”, afirma Rabi.

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Para ele, o que pode ajudar um pouco estas linhas é a queda da inadimplência, “que deve continuar até o fim do ano”. Mas em 2014, destaca, a probabilidade é que ela pare de cair.

Conforme os dados divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo BC, o crédito para habitação avançou 2,7% em agosto na comparação com o mês anterior. Isso é resultado de um aumento de 2,6% nas taxas reguladas e de 4% nas taxas de mercado. Assim, o crédito para financiamento imobiliário acumula alta de 35,1% em 12 meses. Nesse período, as taxas reguladas cresceram 33,7% e as taxas de mercado, 47,8%.