A queda de 3,5% na produção industrial em março ante igual mês do ano passado selou um recorde nesta comparação. O resultado completou uma sequência de 13 recuos consecutivos na base mensal interanual, algo inédito na série iniciada em janeiro de 2003. Antes disso, o maior conjunto de quedas havia ocorrido entre novembro de 2008 e outubro de 2009, com 12 taxas negativas.

continua após a publicidade

“Foi uma sequência menor, mas os resultados negativos observados naquele período eram de magnitude superior”, ponderou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A sequência de 13 quedas é acompanhada pelas categorias de bens de capital, bens de consumo duráveis e bens intermediários. Nos bens de consumo semi e não duráveis, os resultados negativos começaram há cinco meses neste tipo de comparação.

Neste longo período, as perdas mais intensas ocorrem na produção de bens de capital e bens de consumo duráveis, segundo o IBGE. “Isso mostra pouca pré-disposição para realizar investimentos. O ambiente é de incerteza, considerando que a capacidade atual produtiva dá conta da demanda atual. Talvez não seja o momento mais propício para realizar investimentos”, explicou Macedo.

continua após a publicidade

Os resultados negativos de março ocorreram a despeito de o mês ter contado com três dias úteis a mais do que março do ano passado, quando foi celebrado o carnaval. “Mesmo com efeito calendário positivo para março de 2015, ainda assim o setor industrial permaneceu com queda na produção em todas as categorias econômicas”, afirmou o gerente do IBGE.