Senadores vão decidir nos próximos dias se vão votar, diretamente em plenário, uma proposta que revoga a participação obrigatória da Petrobras no modelo de exploração de partilha da produção de petróleo na camada pré-sal. O projeto foi apresentado pelo senador José Serra (PSDB-SP) em março e já recebeu um parecer favorável do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado.

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Na linha com as “dobradinhas” que têm feito com Serra, conforme mostrou reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, do último dia 22, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentou colocar em votação um requerimento do próprio tucano para votar a proposta dele já no plenário, acelerando na prática a tramitação da matéria.

A avaliação de parlamentares favoráveis à proposta é que a Petrobras não tem recursos para investimentos na camada do pré-sal, após ter sido envolvida na Operação Lava Jato e passar por problemas de caixa.

Caso tenha que seguir o andamento normal do projeto, ele terá de passar pela CCJ, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e ainda pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Esse último colegiado votaria a matéria em caráter terminativo, ou seja, se for aprovado lá o projeto, ele seguirá diretamente para a Câmara. Isso só não ocorreria se houvesse recurso para a proposta passar também pelo plenário.

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Numa reação, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), defende que haja maior debate sobre o projeto. Ex-diretor da Petrobras, o senador do PT disse que há divergências em relação à Petrobras atuar como operador exclusivo no pré-sal. Diante do impasse, Renan adiou a decisão do plenário sobre a votação da proposta de Serra.