Em uma vitória para indústria doméstica do etanol, o Senado americano rejeitou nesta quarta-feira (20) proposta de revogação da tarifa de 54 centavos de dólar atualmente cobrada sobre o galão do combustível vegetal importado. Durante discussão sobre a lei energética americana, a Energy Bill, o senador republicano Judd Gregg propôs a emenda, que foi rejeitada por 56 votos a 36.
A proposta foi fortemente criticada pelos legisladores que representam o Meio-Oeste dos Estados Unidos, onde se produz a maior parte do etanol de milho do país. Até mesmo senadores que não pertencem à região defenderam os esforços governamentais para impulsionar a produção doméstica de álcool. Eles rejeitaram a proposta de extinção da barreira tarifária, alegando que a medida daria sinais contraditórios aos produtores americanos em relação ao apoio do Estado aos biocombustíveis.
Um uso mais amplo do biocombustível é visto como um meio para estimular o desenvolvimento de fontes domésticas de energia e reduzir a dependência da importação de petróleo. Essa utilização maior exigiria uma elevação na produção anual para 36 bilhões de galões até 2022, de 8,5 bilhões de galões em 2008.
A indústria de etanol argumenta que as tarifas que limitam as importações de importantes países produtores como o Brasil são cruciais para permitirem o desenvolvimento da indústria local.
No entanto, enquanto legisladores aprovam mais políticas destinadas ao estímulo do desenvolvimento do biocombustível, críticos dizem que o preço do milho está subindo para níveis muito elevados e que uma oferta maior do exterior ajudaria a melhorar o cenário da energia alternativa local.
Enquanto a tarifa de importação foi estabelecida para proteger a indústria de milho no Meio-Oeste, "esta posição não tem mais viabilidade", disse o republicano. "A ironia é que estamos subsidiando um produto que agora é extraordinariamente produtivo e possui grande viabilidade." Segundo ele, a remoção da tarifa abriria caminho para mais importações, o que tornaria os preços do etanol mais competitivos.
"Nossa meta como uma economia seria depender menos do petróleo e optar pela produção de etanol, que é mais eficiente e competitivo em termos de custo", afirmou o senador. "Se vamos escolher utilizar fontes estrangeiras de energia, porque não escolher etanol produzido no Brasil em vez de petróleo produzido no Oriente Médio e na Venezuela?", perguntou ele de forma retórica. As informações são da Dow Jones.