O que está acontecendo com o Brasil? O país está no caminho certo? Essas e outras questões serão debatidas desta segunda-feira (8) a quinta no seminário internacional Crise – Rumos e Verdades, promovido pelo governo do Paraná. Cerca de 600 pessoas se cadastraram para o encontro, que pretende chegar a novas propostas para enfrentar a crise. Estão previstas 30 palestras de economistas, professores e administradores brasileiros e da Itália, Inglaterra, Alemanha, China, Argentina, Venezuela, México, Rússia, Equador e Estados Unidos.
Segundo o governador do Estado, Roberto Requião, que abriu o evento na noite de domingo (7), o governo federal liberou depósitos compulsórios para os bancos, que não liberam crédito para a economia. “Em vez disso, aplicam o dinheiro em letras do Tesouro. Então, já temos uma crise de crédito, além de um problema brutal de saída de recursos. Pois, se os dólares e outras moedas continuam entrando, já acumulamos um prejuízo de US$ 7 bilhões no balanço de entradas e saídas, segundo o governo federal”.
Na pauta do seminário, discussões sobre a economia mundial, crise e poder mundial; crise e integração sul-americana; crise e projeto nacional, qual é o projeto que o Brasil possui, a crise e o sistema financeiro mundial: o papel da China, dos Estados Unidos, da Rússia e da Índia. Crise e Brasil.
O presidente da indústria de eletro-eletrônicos Gradiente, Eugênio Staub, um dos palestrantes da abertura do seminário, defendeu a manutenção do crédito da habitação, a redução da taxa de juros e de impostos e a manutenção de investimentos como medidas necessárias para o Brasil não reduzir o ritmo do crescimento econômico durante a crise do capitalismo global.
Para o economista Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a crise financeira que o mundo atravessa é a crise da superestrutura financeira criada ao longo de 25 anos. Lembrou que o mercado financeiro movimenta 130 trilhões de dólares em ativos primários e outros prováveis 540 trilhões de dólares em derivativos financeiros. “É um volume assustadoramente descolado da riqueza acumulada pela economia real – a soma dos Produtos Internos Brutos de todos os países soma apenas 60 trilhões de dólares”.
As pessoas que quiserem fazer perguntas pelo telefone e por e-mail aos debatedores contam com o apoio de economistas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e da Secretaria de Planejamento e Coordenação. Estão disponibilizadas dez linhas telefônicas com ligações gratuitas. O atendimento é feito por estudantes, que repassam as perguntas aos técnicos e estes encaminham as dúvidas aos debatedores.
No último dia do evento, serão publicadas as despesas e o valor da contribuição de cada órgão que participou do seminário.