Estimular o consumo de pescados é o propósito da sexta edição da Semana do Peixe, evento que acontece de 1.º a 15 de setembro em todo o território nacional. A promoção é do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), coordenada pelas superintendências regionais do ministério. Durante esse período haverá integração entre produtores e os outros elos do comércio de pescados como forma de reduzir o acesso de atravessadores e aumentar o número de consumidores. O público paranaense poderá acompanhar o evento nas redes de supermercados participantes, que irão promover festivais gastronômicos, distribuição de materiais com informações e receitas, ações voltadas ao público infantil, entre outros.

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De acordo com a assistente técnica da Superintendência Federal do Estado do Paraná do MPA, Claudia Mayumi Fukuda, estão sendo estudadas ações para fazer com que a população consuma mais os pescados. “A principal ideia é reduzir o preço dos pescados, pois acreditamos que este seja o principal motivo para o baixo consumo dessa carne. Se fizer uma comparação do preço do frango com o do peixe, por exemplo, fica bem evidente a diferença”, explica. Claudia afirma que a superintendência trabalhará junto às redes Wall Mart, Mufatto, Mufattão, Grupo Pão de Açúcar e Festval para promover redução dos preços. Também haverá cursos de culinária no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), com vagas limitadas.

Além do problema relativo ao preço, a falta de informação também contribui para que as pessoas consumam peixe com menos frequência. “Muita gente não tem noção do valor nutricional dos pescados. Por exemplo, a sardinha, um peixe de baixo valor comercial, é rica em ômega 3, que auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e do colesterol total. Vamos mostrar isso e também ensinar como conservar melhor os pescados, como escolher, etc.”, adianta.

Brasileiro come metade do indicado pela OMS

Cada europeu consome, em média, 16 quilos de peixe ao ano; já o brasileiro, menos de sete quilos.

O consumo anual per capita de peixe no Brasil fica bem abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Na Europa, a média é de 16 quilos por pessoa, enquanto o brasileiro, em média, consome por ano 6,8 quilos de peixe. A OMS recomenda pelo menos 12 quilos. Precisaríamos praticamente dobrar o consumo. Sabemos que não vamos alcançar essa meta da noite para o dia, mas nosso objetivo é, em um primeiro momento, ampliar o consumo para oito a nove quilos por ano”, explica. Outra maneira de incrementar o consumo de pescados seria incluí-los na merenda escolar. Segundo a assistente, foi assinado recentemente um termo que prevê que 30% da carne consumida nas merendas seja proveniente de pescados. “Isso seria importante, pois criaria um hábito nas crianças de comer peixe”, acredita. Além disso, a medida ajudaria também a indústria de pescados, pois a maior parte do comércio está focada na produção de filés e muitas partes do peixe são usadas para fabricar ração ou simplesmente descartadas.

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“A ideia é usar essa polpa do peixe para criar produtos como almôndegas, empanados, hambúrguer, entre outros, para serem consumidos nas merendas”, enfatiza. (FL)

Com tilápia à frente, mercado do Paraná está em franca ascensão

Atividade importante na economia do Paraná, o mercado de piscicultura está em alta. A afirmação é do veterinário respons&aac,ute;vel pelo setor de aquicultura e pesca do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Luiz Danilo Muehlmann. Segundo ele, a piscicultura envolve atualmente 22 mil produtores no Estado. “Isso seria o equivalente a 5% das propriedades rurais paranaenses. Embora ocupemos posição modesta no cenário nacional, entre a sexta e sétima colocação, acredito que nos próximos anos o Paraná terá chances de melhorar sua produção e sua colocação”, avalia. Muehlmann diz que esse otimismo deve-se ao aumento da produção nos últimos anos. “Na última vez que houve um levantamento, no período de 2005/2006, o volume de peixes produzido no Estado era de 16,6 mil. Hoje, embora não haja um número oficial, a estimativa é de 20 mil toneladas por ano, um aumento de 20%. A maior parte da produção é para consumo interno. Pouquíssima coisa é exportada”, informa. Embora a atividade esteja presente em todo o Estado, as regiões que mais se destacam são a oeste (microrregião de Toledo e Cascavel) e norte (microrregião de Cornélio Procópio e Santo Antônio da Platina), responsáveis, respectivamente, por 50% e 20% de toda a produção paranaense.

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O peixe mais produzido no Paraná é a tilápia. Segundo o veterinário, a espécie corresponde a 71% de toda a produção. “A tilápia é um peixe rústico, de fácil manuseio e com tecnologia disponível em todas as fases de vida. O produto possui uma carne magra e com boa condimentação”, destaca. O valor de mercado também é bom, já que o produto é muito bem aceito. “Bom para quem produz e bom para quem consome, pois tem um sabor suave e agradável”, conclui Muehlmann. Além da tilápia, são produzidas no Paraná espécies como carpas, pacus, tambaquis, paquis e bagres, mas em escala bem inferior.