Abastecer está custando 6% mais caro. |
O litro da gasolina tem novo preço em Curitiba – R$ 2,09 na maioria dos postos -sem que a Petrobras tenha anunciado qualquer tipo de reajuste nas refinarias. Isso significa um aumento de 6% em relação ao preço médio de R$ 1,97, apurado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na pesquisa da semana passada. Durante as quatro últimas semanas, o valor médio dos combustíveis estava estável na capital paranaense, oscilando entre R$ 1,89 e R$ 2,07. Segundo o levantamento da ANP, o preço médio das distribuidoras variava entre R$ 1,76 e R$ 1,78 e a margem média dos postos era de R$ 0,20.
A explicação para o aumento seria a recomposição da planilha de custos dos postos, já que o preço de venda das distribuidoras continua inalterado. “Subi porque não consigo operar o posto com estas margens”, justifica o empresário Diomar Balieiro, proprietário de seis postos. “Em Curitiba, o revendedor tem que trabalhar com margem de R$ 0,30, senão quebra, não consegue pagar impostos, empregados e cartão de crédito”. Segundo ele, os donos de revenda que continuam operando com margem de R$ 0,18 a R$ 0,20 por litro “no mínimo estão sonegando impostos ou adulterando combustível”.
Em Santa Catarina, compara Balieiro, a margem dos postos é de R$ 0,45 e o litro da gasolina custa entre R$ 2,21 e R$ 2,23 nas bombas. Apesar de a majoração atingir quase todos os postos de Curitiba, o empresário nega cartelização. “É uma necessidade que os revendedores estão passando. Estamos trabalhando abaixo do custo”, diz, citando que a alíquota do ICMS é recolhida sobre a base de cálculo de R$ 2,20. “A categoria resolveu acertar a planilha senão daqui a pouco, mais postos irão fechar, como já vem acontecendo”, observa Balieiro. Segundo ele, havia postos com atraso no pagamento do décimo terceiro e muito cheque sem fundo recebido no final do ano passado. Nos postos administrados pelo empresário, o prejuízo em 2003 foi de R$ 500 mil.
Na análise de Balieiro, “se houver consenso da revenda para se manter e conseguir pagar todos os seus custos, a gasolina tem que ficar nesse preço. Se houver baixa, é porque estão vendendo gasolina batizada”, adverte. O empresário opina que é necessário intensificar a fiscalização no setor.
Nenhum diretor do Sindicombustíveis (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados do Paraná) foi encontrado pela reportagem para comentar a alta da gasolina.