Se não houvesse queda de 13,45% nas tarifas de energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de 0,68% em fevereiro chegaria 1,13% e seria o mais alto para o mês desde os 2,19% de igual período de 2003. Cálculos das consultorias Tendências e LCA apontam que, sem a redução e com uma estabilidade nas tarifas de energia, haveria um incremento de 0,45 ponto porcentual no IPCA-15 deste mês.
Ainda se fosse desconsiderada a queda no preço da energia, o IPCA-15 seria mais que o dobro do IPCA-15 de fevereiro de 2012, de 0,53%, e acima dos 0,97% de igual período de 2011, até agora o maior para o mês desde 2003.
Segundo a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro, mesmo com a queda do preço da energia, o indicador de difusão, que ficou em 71%, “reforça que a dinâmica da inflação continua muito ruim”.
O analista da Etore Sanchez, da LCA Consultores, ponderou que os reajustes de gasolina e diesel, os quais pressionaram o IPCA-15, “foram dados justamente em cima da lacuna do governo” de reduzir o preço da energia. “Portanto, não dá para avaliar se o IPCA-15 seria o maior desde 2003 sem essa conjunção de queda na energia e alta nos combustíveis”, afirmou.