A menor pressão dos combustíveis, a desaceleração dos preços dos alimentos e a queda no ritmo de alta do vestuário amorteceram os aumentos das tarifas públicas e ajudaram o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) a recuar para 0,79% em agosto, após ter atingido 0,93% em julho, a maior variação do ano. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre as 11 áreas pesquisadas, Curitiba foi a que apresentou a quarta maior alta: 0,81%, ficando atrás do Rio de Janeiro (1,18%), Goiânia (1,11%) e São Paulo (0,93%). O menor índice foi registrado em Fortaleza (0,31%).
Os setores que mais pressionaram a inflação em Curitiba em agosto foram os combustíveis, com alta de 3,07% – a média nacional foi 1,29%; a telefonia fixa, que subiu 3,80% e a energia elétrica residencial, com alta de 3,23%. No segmento combustíveis, a gasolina registrou alta de 1,88% – contra a média nacional de 0,28% -, e o álcool, aumento de 7,75%. Já os combustíveis domésticos – carvão vegetal, gás de botijão e encanado – apresentaram queda de 0,97%. Também os serviços médicos e dentários caíram: -0,22.
Cenário nacional
A alta da gasolina nas bombas, em razão do reajuste de 10,8% nas distribuidoras, ficou concentrada em julho. Em agosto, a gasolina apontou leve variação positiva de 0,28%, após subir 5,64% no mês anterior. Já os alimentos reduziram a alta de 0,91% para 0,58% no período, com destaque para a retração nos preços de derivados de soja, como o óleo (-2,56%).
Os artigos de vestuário diminuíram a alta para 0,50% em agosto, praticamente a metade da taxa de julho, refletindo as promoções de mudança de estação. A redução na alta dos automóveis novos, de 0,85% para 0,27%, também ajudou a conter um avanço da inflação em agosto.
Por outro lado, energia elétrica apontou aumento de 3,58% no mês, devido ao reajuste médio de 14% nas contas de luz em São Paulo. O serviço de telefonia fixa subiu 3,55%. Outro destaque de alta ficou com as tarifas de ônibus urbanos, que saíram de uma queda de 0,14% para aumento de 1,22% entre julho e agosto, por conta do reajuste de 6,66% no Rio de Janeiro no mês passado.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,12%. Em 12 meses, a variação acumulada é de 7,09%.
Metas de inflação
O IPCA-15 é um indicador que antecipa a tendência da inflação oficial do governo – medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O dois indicadores diferem somente no que diz respeito ao período de coleta dos preços. O IPCA é calculado com base em preços apurados durante todo o mês de referência, enquanto o IPCA-15 tem seus preços coletados entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês de referência.
Os dois índices apuram a inflação para as famílias com renda de até 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrangem as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A meta de inflação fixada pelo governo para 2004 é de 5,5%, com a possibilidade de oscilar 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Para 2005 e 2006, as metas de inflação foram estipuladas em 4,5%. No entanto, em 2005 a taxa pode atingir o teto de 7% e, em 2006, não pode superar os 6,5%.