O Brasil e os parceiros originais do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai), que precisam buscar novos mercados e ampliar o comércio para seus produtos, reclamaram do fiasco promovido pelos países ricos nas negociações da Rodada de Doha, em Potsdam (Alemanha), na semana passada, mas vão se reunir na quinta e sexta-feira para adotar medidas protecionistas em favor de segmentos industriais.
Na 33ª Reunião de Cúpula do Mercosul, em Assunção (Paraguai), em vez de atacar os vícios da TEC (Tarifa Externa Comum), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os três colegas deverão dar o aval para que o bloco aumente as tarifas de importação de tecidos, vestuários, calçados e tapetes.
O fracasso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) legará ao Mercosul o pesado desafio de enfrentar seus próprios demônios. Criado 12 anos atrás, o bloco terá como alternativa aos ganhos esperados no âmbito multilateral a tarefa de embrenhar-se agora em negociações de liberalização comercial com os parceiros de maior interesse de seus setores produtivos. Esse dilema deverá dominar boa parte dos debates entre os presidentes dos países sócios do bloco.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo